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Governo exclui sem-terra presos da reforma agrária

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Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, anunciou nesta quarta-feira à tarde, em São Paulo, as primeiras medidas tomadas depois da invasão das fazendas Córrego da Ponte, da família do presidente Fernando Henrique, e Santa Maria, no Pontal do Paranapanema. A primeira medida é um ofício da Procuradoria-Geral da República, pedindo ações do Ministério Público diante das repetidas ameaças de desrespeito à lei, anunciadas pelos líderes do MST. "É urgente que a Justiça tome medidas para evitar o desrespeito à lei, à vida e à propriedade", disse Jungmann. A segunda medida anunciada pelo ministro foi a exclusão dos 16 líderes do MST, após a invasão da fazenda da família do presidente FHC do programa de reforma agrária. Jungmann disse que todos esses líderes já são assentados e receberam dinheiro do programa. Ele divulgou o nome de dez integrantes, os valores recebidos e a localização de seus lotes. As informações sobre os outros seis estão sendo cruzadas com dados fornecidos pela Polícia Federal. Há, segundo o ministro, duplicidade de nomes e homônimos. "Mas eu pessoalmente conheço, pelo menos, dois deles, sei onde estão assentados e já sentei com eles em mesas de negociações", reiterou. De acordo com o ministro, as invasões são estritamente políticas e se opõem a qualquer lógica dentro da ordem institucional. O ministro disse que as invasões estão isolando o MST e que o próprio PT começa a perceber que não pode manter uma posição paternalista com esse tipo de atitude. Jungmann apresentou uma pesquisa de opinião feita pelo Vox Populy nos últimos dois dias, em um universo de 1.004 pessoas. A pesquisa, segundo o ministro, é normalmente utilizada nas avaliações internas das políticas desenvolvidas pelo ministério. Ele disse que decidiu divulgá-las nesta quarta-feira para mostrar como a opinião pública também se coloca contra as atitudes dos integrantes do MST. Segundo ele, 88% dos entrevistados se posicionaram contra a ocupação da fazenda da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, e apenas 12% a favor; 76% desaprovam as atuais atitudes do MST, e apenas 19% aprovam. "Essa impressão que a mídia tem passado, de que teremos uma explosão de violência no campo, não existe e não ocorrerá. O MST fará ações espetaculares, midiáticas para chamar a atenção. É só isso. A reforma agrária continua no Brasil," considerou.

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