Governo espera agilidade em extradição de Cacciola de Mônaco

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Por Redação
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O governo espera que a Justiça de Mônaco seja rápida em aprovar o pedido de extradição ao Brasil do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, detido pela Interpol na manhã de sábado ao chegar ao principado. Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, apesar de os dois governos não terem um acordo de extradição, a expectativa é que Mônaco atenda ao pedido brasileiro, já encaminhado formalmente por meio da embaixada do Brasil em Paris. "Iremos até o limite do possível, dentro da lei, para extraditá-lo", disse Genro a jornalistas. Ele acrescentou que, nos próximos dias, o governo encaminhará a Mônaco documentos complementares que embasam o pedido de extradição. O secretário-executivo do ministério, Luiz Paulo Barreto, afirmou que o governo está empenhado em mostrar às autoridades de Mônaco que Cacciola é um "fugitivo contumaz" e, por isso, precisa permanecer preso. Condenado a 13 anos de prisão por crime de gestão fraudulenta, entre outros, Cacciola estava foragido da Justiça brasileira. O empresário vive na Itália, país que negou pedido de extradição feito pelo governo brasileiro em 2000 pelo fato de Cacciola ter também a cidadania italiana. "Sempre esperamos que, um dia, ele sairia da Itália e aí seria preso", afirmou Barreto. O escândalo financeiro envolvendo Cacciola ocorreu em 1999, durante o processo de desvalorização do real, quando o Banco Central socorreu os bancos Marka, do qual ele era dono, e FonteCindam. A operação deu prejuízo de 1,6 bilhão ao BC. O objetivo do BC na época seria impedir a liquidação das duas instituições para evitar um abalo em todo o sistema financeiro.

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