Governo e oposição veem excessos e ação política

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Por Eugênia Lopes , Vera Rosa e BRASÍLIA
Atualização:

Dirigentes de partidos de oposição e até do governo consideram que a Polícia Federal exorbitou de suas funções na Operação Castelo de Areia ao investigar a empreiteira OAS e o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão. Para oposicionistas, a divulgação de grampos da PF envolvendo filiados do DEM e do PSDB também tiveram "um viés político". "Essa história está com toda a pinta de trapalhada. Trapalhada, aliás, conveniente para o governo", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Para ele, a divulgação de nomes da oposição é "conveniente" para o governo, com vistas a abafar a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "As pessoas começam a sentir os efeitos da crise." Mencionado em uma das gravações por ter recebido R$ 300 mil da Camargo Corrêa, o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), vê motivações políticas na ação da PF. "Houve vazamento para comprometer pessoas. Há indícios de que a PF estaria desempenhando papel político", disse. Agripino exibiu recibos comprovando que a doação da empreiteira foi legal. Presidente da CPI dos Grampos, o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) criticou a investigação sem indícios claros de envolvimento em crimes. O governo avalia que o viés político e o caráter de "pirotecnia" eram desnecessários. Em mais de uma conversa, Lula não escondeu a contrariedade com o fato de a investigação estar voltada a doações eleitorais. O ministro da Justiça, Tarso Genro, diz que o alvo é o suposto esquema de remessas ilegais, não o financiamento de partidos.

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