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Governo e oposição negociam depoimentos de Duda e de ex-diretor de Furnas

Por Agencia Estado
Atualização:

Acordo entre governo e oposição na CPI dos Correios deverá poupar de nova convocação o publicitário Duda Mendonça e evitar o depoimento do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, apontado como um dos cabeças de um suposto esquema de arrecadação de recursos de campanha em favor de candidatos do PSDB, nas eleições de 2002. Segundo o presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), os requerimentos com as convocações de Duda e Dimas não serão votados hoje na sessão administrativa da Comissão. "É melhor votarmos o requerimento do Duda na semana que vem, depois que os três integrantes da CPI voltarem dos Estados Unidos. Também não vamos votar o requerimento de convocação do Dimas", afirmou Delcídio Amaral."É difícil votar o requerimento do Duda por falta de consenso entre o governo e a oposição´, argumentou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), sub-relator de fundos de pensão da CPI dos Correios. Nem o governo nem o PT querem um novo depoimento de Duda Mendonça na CPI dos Correios. O publicitário já avisou estar abalado emocionalmente e disposto a contar tudo o que sabe. Duda fez campanhas para petistas, tucanos e políticos de vários outros partidos. Já os tucanos não querem ver Dimas Toledo sentado no banco da CPI dos Correios com uma suposta lista elaborada por ele em que aparecem os nomes dos políticos que seriam beneficiados por recursos de Furnas. A lista que teria sido elaborada por Dimas Toledo ganhou força ontem com o depoimento do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) na Polícia Federal. Ele admitiu que recebeu R$ 75 mil do ex-diretor de engenharia de Furnas. Toledo foi afastado da direção de Furnas em junho do ano passado, depois da denúncia de Jefferson de que sobravam R$ 3 milhões por mês na estatal e que esse dinheiro ia parte para o PT nacional (R$ 1 milhão) pelas mãos do então tesoureiro do partido Delúbio Soares e outro R$ 1 milhão para o PT de Minas Gerais por meio do ex-diretor de gestão corporativa de Furnas Rodrigo Botelho Campos. Segundo Roberto Jefferson, R$ 500 mil ficariam com a diretoria da estatal e outros R$ 500 mil seriam repartidos entre um pequeno grupo de deputados. O esquema de desvio de dinheiro de Furnas teria sido relatado ao ex-deputado por Dimas Toledo, que seria apadrinhado político do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Integrantes da CPI dos Correios estão defendendo um novo depoimento de Duda Mendonça depois de matéria da revista Veja apontando que o publicitário teria cinco contas no Bank of America e não apenas uma conta - a Dusseldorf -, como afirmou em depoimento à Comissão, em agosto do ano passado. O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou que irá propor, no relatório final da Comissão, o indiciamento de Duda Mendonça por evasão de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

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