Governo e funcionalismo travam queda de braço no RS

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Por Elder Ogliari
Atualização:

Manifestantes ligados ao Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS-Sindicato) e representantes de cabos e soldados da Brigada Militar montaram acampamento hoje, na Praça Marechal Deodoro, entre o Palácio Piratini e a Assembleia Legislativa, para tentar impedir a votação dos projetos de reajuste salarial com corte de alguns benefícios para as duas categorias. Pelos mesmos motivos, o magistério iniciou uma greve por tempo indeterminado, com poucas adesões, insuficientes para provocar a suspensão das aulas no primeiro dia.As mobilizações fazem parte da reação das lideranças das duas categorias a um pacote proposto pelo governo do Estado. As entidades representantes de cabos, soldados, sargentos e tenentes da Brigada Militar querem reajuste linear de 19,9% para toda a corporação em vez de porcentuais escalonados previstos pelo governo e reclamam do aumento da contribuição previdenciária, de 7,2% para 11%, que, na prática, reduziria o salário líquido de 1,3 mil praças e capitães.O sindicato dos professores rejeita complementos salariais que elevam os vencimentos iniciais da categoria de R$ 862 para R$ 1,5 mil e prefere a implementação de um piso básico de R$ 1,1 mil. As bonificações incidiriam sobre esse valor e não sobre os R$ 640 atuais, referência que o governo tenta manter. Também refutam a troca da licença-prêmio de três meses concedida a cada cinco anos por uma licença-capacitação vinculada à participação em cursos de atualização e aperfeiçoamento profissional.O primeiro enfrentamento estava previsto para hoje, mas foi adiado. Sentindo que a aprovação da mudança do porcentual da contribuição previdenciária da Brigada Militar não estava garantida, a base aliada do governo retirou quorum da sessão, deixando o tema para ser votado nesta quarta-feira, junto com os reajustes escalonados para a corporação. O pacote dos professores deve ser votado na semana que vem. O CPERS-Sindicato condiciona o encerramento da greve à retirada do caráter de urgência, o que transferiria a votação do projeto para 2010.

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