Governo diz que discute terrorismo, mas nega relatório de inteligência

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Por ANDREZA MATAIS E ERICH DECAT
Atualização:

O Ministério da Justiça divulgou nota, neste domingo, 22, na qual informa que o governo tem trocado "informações e análises com autoridades de outros países, com o objetivo de atuar com eficiência na prevenção, apesar de não ter histórico de atos de terrorismo". O governo negou, porém, discussões no âmbito ministerial sobre relatórios de inteligência que trazem alertas sobre a influência do Estado Islâmico no Brasil e a tentativa de cooptação de brasileiros. A nota do ministério foi divulgada em resposta à reportagem exclusiva publicada neste domingo pelo jornal O Estado de S.Paulo que revela a existência dos documentos. O ministério disse que "lamenta qualquer especulação que possa ser feita em relação a informações vazadas de hipotéticos relatórios de inteligência desconhecidos ou que não passaram pela análise de autoridades governamentais responsáveis por decisões na área de segurança pública do governo federal".Conforme a nota do ministério, o terrorismo estava na pauta da última semana da reunião do grupo de trabalho que trata das questões de segurança com relação à Olimpíada e "em nenhum momento houve a distribuição ou a discussão de quaisquer relatórios das áreas de inteligência sobre terrorismo no Brasil, ou mesmo sobre análise específica de quaisquer grupos terroristas que atuem no mundo".Fontes dos órgãos de inteligência do governo, que participaram da reunião, contudo, disseram ao Estado que o assunto foi discutido no encontro e que a intenção é mudar o discurso do governo de que o País não corre riscos, diante de uma nova realidade apurada pela Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

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