PUBLICIDADE

Governo deve indicar em agosto substituto do Mirage

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso espera poder convocar ainda em agosto a reunião do Conselho de Defesa Nacional que irá decidir qual dos cinco aviões que estão participando da concorrência internacional será escolhido para substituir os Mirage. Nesta terça-feira, o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, evitou falar de datas, mas assegurou que "não há a menor hipótese de se trocar a compra de caças novos por leasing de caças usados". Ele se referia à especulações de que o Brasil poderia desistir da concorrência para comprar aviões usados. O ministro Quintão garantiu ainda que "de maneira alguma haverá uma inversão de valores" na hora da decisão da concorrência, por causa dos problemas econômicos enfrentados pelo País, refletidos principalmente pela alta diária do dólar. "Nunca ninguém no governo quis premiar a parte comercial. O que se quis foi brigar por uma compensação efetiva, a maior possível, isso sim. Portanto não haverá uma inversão de valores na hora da decisão porque a questão da transferência de tecnologia tem de vir em primeiro nível, e a questão comercial não pode ser considerada mais importante do que a técnica." O ministro da Defesa "não acredita" que estes problemas econômicos possam afetar o cronograma estabelecido pelo governo para a compra dos caças e afirmou que, como o câmbio é flutuante, tanto ele pode subir, como descer. O relatório, com o resultado final da segunda etapa de negociações, já foi concluído pela equipe técnica da Aeronáutica, mas ainda não chegou às mãos do ministro da Defesa, Geraldo Quintão, como ele mesmo revelou. Como o primeiro lote de aviões que deverá ser escolhido pela concorrência internacional só chegará ao Brasil a partir de 2005, a Aeronáutica está pensando em uma opção intermediária, para não deixar os céus do país desguarnecidos. Até lá, apenas dois ou três aviões Mirage estarão voando e os demais estarão fora de combate. Por isso, a Aeronáutica está procurando um meio de adquirir alguns caças usados para substituir os Mirage, que serão usados apenas até 2005 ou um pouquinho mais. Com o início da movimentação da Aeronáutica, que já consultou pelo menos dois países para discutir esse assunto - Israel e Suíça - muitos lobbies começaram a surgir. O principal deles é que o Brasil iria fazer um leasing de 12 aviões Kfir, de Israel, ao preço de US$ 91 milhões. O preço, no entanto, foi considerado "absurdo" por técnicos da Aeronáutica, ainda mais que se trata de uma operação tampão. A opção predileta, no momento, é pela aquisição de 16 F-5 da Suíça, que seriam adquiridos ao preço unitário de US$ 800 mil. Esta proposta, considerada muito mais viável, totalizaria US$ 12,8 milhões, e os aviões seriam de propriedade do Brasil. Além do mais, os F-5 suíços estão "muitíssimo conservados", e o País não precisaria desembolsar mais nada em termos operacionais, já que a Força Aérea já possui esse tipo de avião, já tem parque de apoio técnico, com pessoal treinado e peças de reposição. Além do mais, a compra significaria apenas a incorporaração de novos F-5 à FAB, a uma infra-estrutura já existente. Esta compra para substituição por período intermediário, no entanto, só seria decidida depois do resultado da licitação, pois os F-5 também não agüentam muito mais tempo de operação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.