O governo conseguiu ontem duas vitórias no Senado Federal: a decisão da bancada do PMDB de não apoiar a CPI da corrupção e a aprovação dos projetos de regulamentação da previdência complementar. "Voltamos à normalidade e, a partir de agora, vamos votar o que interessa", comemorou o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF). A garantia do líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), de que nenhum senador do partido assinará o requerimento da CPI, deixou os aliados do governo aliviados. A possibilidade de algum senador do PMDB desobedecer a decisão da maioria da bancada, completando o quorum necessário para criar a CPI, está afastada. Calheiros disse que o apoio do PMDB ficará restrito aos seis senadores que já haviam assinado o requerimento. Na avaliação dos líderes governistas, o PMDB conseguiu "brecar" a CPI e, assim, tranqüilizar o governo. Na tarde de ontem, o plenário do Senado aprovou projetos que estavam pendentes nas comissões por conta da falta de acordo na base aliada. Foi aprovada, por exemplo, a regulamentação da aposentadoria complementar, alterando legislação dos fundos de pensão. "O projeto muda a história dos fundos de pensão e trata-se de uma medida moralizadora", festejou Arruda. Os senadores aprovaram também uma emenda de Waldeck Ornelas que trata da profissionalização da diretoria dos fundos de pensão. A atuação do ministro da Previdência, Roberto Brant, foi decisiva na aprovação da proposta de seu antecessor. "O ministro pediu pessoalmente pela aprovação dos projetos", concluiu Arruda.