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Governo confirma volta a Quito de embaixador do Brasil

Por Ana Paula Scinocca
Atualização:

O governo brasileiro confirmou hoje que autorizou o retorno a Quito do embaixador do Brasil, Antonino Marques Porto, depois que o Equador pagou as parcelas vencidas em dezembro do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da hidrelétrica de San Francisco, naquele país. A previsão é de que o diplomata volte ao Equador nos próximos dias. Ele estava no Brasil desde 21 de novembro, quando foi chamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em protesto à resistência do governo equatoriano a pagar a dívida. Em nota, o Itamaraty informou que as parcelas foram pagas na última quinta-feira. O valor pago não foi revelado, mas se especula que seja de cerca de US$ 28,1 milhões. Ainda na nota, o Itamaraty informou que a decisão do governo do Equador foi transmitida via Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Intercâmbio (Aladi). "O governo brasileiro recebeu do Equador, no âmbito do CCR (Convênio de Créditos Recíprocos) da Aladi, o valor referente às parcelas vencidas em dezembro do financiamento do BNDES para a construção da hidrelétrica de San Francisco", diz o Ministério das Relações Exteriores. Na nota, o Itamaraty afirma que o governo brasileiro continuará a acompanhar com atenção a evolução de suas relações econômicas e financeiras com o Equador. Um consultor do ministério afirmou hoje que as relações com o Equador ainda não estão completamente normalizadas, mas sim "caminhando para a normalidade". Os problemas tiveram início em junho do ano passado quando a usina de San Francisco, construída pelo grupo brasileiro Odebrecht, chegou a ser fechada por supostas falhas estruturais. O governo do Equador questionou a ação da construtora e o presidente Rafael Correa chegou a expulsar do país funcionários da empresa. Logo em seguida, o governo equatoriano anunciou que recorreria à Câmara de Comércio Internacional de Paris na tentativa de não efetuar o pagamento do empréstimo do BNDES, no valor de US$ 242,9 milhões. O mal-estar entre as autoridades dos dois países levou Lula a chamar o embaixador do Brasil em Quito de volta a Brasília.

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