O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Luiz Mendonça, nomeou o ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro Carlos Henrique Oliveira como o novo diretor-executivo - o cargo número dois - da corporação. A nomeação foi divulgada em publicação do Diário Oficial desta quarta-feira, 13.
Oliveira ocupará o lugar do delegado Disney Rosseti, cuja exoneração também foi comunicada na mesma edição do diário. Apesar de ainda não ter sido nomeado oficialmente, quem substituirá Oliveira, por sua vez, é o delegado Tácio Muzzi. Ele já chefiou a Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros e chegou a assumir interinamente o cargo de superintendente no ano passado.
Um dos primeiros atos do novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza, após sua posse no dia 4 de maio, foi trocar o comando da superintendência da corporação no Rio. Em seguida, Carlos Henrique Oliveira foi convidado por Rolando para assumir a direção-executiva da PF, o que o coloca como número dois do novo diretor. A promoção foi vista por delegados como uma forma "estratégica" de trocar o comando da Polícia Federal fluminense.
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Ao anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro acusou o presidente de suposta interferência política na PF envolvendo trocas na Diretoria-Geral e em superintendências regionais da corporação.
Um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal e um vídeo de uma reunião ministerial citado por Moro como prova foi exbido nessa terça-feira, 12, para investigadores e outras partes envolvidas.
Fontes que acompanharam a exibição do vídeo da reunião ministerial ocorrida em 22 de abril no Palácio do Planalto avaliam que o conteúdo da gravação "escancara a preocupação do presidente com um eventual cerco da Polícia Federal a seus filhos" e que Jair Bolsonaro justificou a necessidade de trocar o superintendente da corporação no Rio de Janeiro à defesa de seus próprios filhos alegando que sua família estaria sendo "perseguida". O presidente aparece no vídeo chamando a superintendência fluminense da PF de “segurança do Rio”, segundo relatos.