O governo comemorou hoje duas vitórias no Senado: a decisão da bancada do PMDB de não apoiar a CPI da corrupção e a aprovação dos projetos de regulamentação da previdência complementar. "Voltamos à normalidade e, a partir de agora, vamos votar o que interessa", acredita o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF). A afirmação do líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), de que o apoio do PMDB à CPI ficará restrito aos seis senadores que já haviam assinado o requerimento, deixou os aliados do governo aliviados. A possibilidade de algum senador do PMDB desobedecer à decisão da maioria da bancada, completando o quorum necessário para criar a CPI, está temporariamente afastada. Até hoje a noite, os aliados do Palácio do Planalto ainda aguardavam um sinal do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Mas ele continuou na posição de intransigência. Apesar das articulações feitas com o grupo "carlista", ACM orientou aos senadores Paulo Souto (PFL-BA) e Waldeck Ornelas (PFL-BA) a assinarem o requerimento, totalizando as 25 assinaturas. À tarde, o plenário do Senado aprovou projetos que estavam pendentes nas comissões por conta da falta de acordo na base aliada. Conseguiu aprovar, por exemplo, a regulamentação da aposentadoria complementar, alterando legislação dos fundos de pensão. "O projeto muda a história dos fundos de pensão e trata-se de uma medida moralizadora", disse Arruda. A atuação do ministro da Previdência, Roberto Brant, foi decisiva na aprovação da proposta de seu antecessor. "O ministro pediu pessoalmente pela aprovação dos projetos", disse Arruda.