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Governo assenta no Norte, onde problema é menor

Por Roldão Arruda
Atualização:

O mapa de assentamentos da reforma agrária realizados pelos governos não leva em conta o mapa das invasões obtido pelo estudo dos pesquisadores do Nera. Os dois movimentos parecem até seguir direções opostas. Enquanto os sem-terra brigam por terras nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, os governos concentram os assentamentos na região Norte. Do total de quase 1 milhão de famílias assentadas entre 1995 e 2006, cerca de 40% foram para a região Norte, de acordo com informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O Nordeste ficou em segundo lugar, com 30%. A região Sudeste, com o maior foco de conflitos, teve cerca de 5% dos assentamentos. Essa disparidade tem sido causa de polêmicas entre movimentos de sem-terra e autoridades. Os primeiros acusam o governo de concentrar assentamentos em áreas distantes dos centros de consumo, sem infra-estrutura, nas regiões de fronteira agrícola. Representantes do governo dizem que concentram os assentamentos em áreas públicas, nas regiões de fronteira agrícola, para evitar gastos com compra de terras em regiões de intensa exploração agrícola, como o Sudeste, pois isso encareceria sobremaneira a reforma. Os sem-terra replicam que o governo deveria obter mais terras por meio de desapropriações de áreas improdutivas, como determina a lei. Poderia fazer isso se alterasse os atuais índices de produtividade rural, em vigor desde os anos 70.

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