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Governo agora quer CPI para investigar cartões corporativos

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Por Redação
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Com o objetivo de neutralizar a CPI mista que pretende investigar os gastos com cartões corporativos do governo federal, o governo decidiu apoiar uma CPI restrita ao Senado para apurar irregularidades com cartões desde 1998, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O requerimento para a instalação da CPI, apresentado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já conta com 29 assinaturas, duas a mais do que o necessário. O senador pretende protocolar o requerimento na quinta-feira. "Não se trata de manobra nem cortina de fumaça. A oposição não quer investigar? Então investiguemos", disse Jucá a jornalistas nesta quarta-feira, data da abertura dos trabalhos legislativos. A oposição vê manobra na tática do governo. "Que se trata de uma manobra clara isso não há a menor dúvida. É a tática do adesismo: vendo que ficaria feio impedir a investigação, o governo agora faz uma CPI genérica para terminar em pizza", afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), autor do requerimento da CPI mista, disse que a nova comissão não invalida a primeira. "Vamos continuar com a coleta de assinaturas da outra CPI. Se for o caso teremos as duas, uma do governo no Senado e outra da verdade no Congresso Nacional", disse Sampaio. Gastos irregulares com o cartão corporativo do governo federal derrubaram a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, na sexta-feira passada. Denúncias de uso indevido do cartão corporativo atingiram também os ministros Orlando Silva (Esporte), que devolveu à União os valores gastos nos últimos dois anos, e Altemir Gregolin (Pesca), além de seguranças da Presidência. No requerimento apoiado pelo governo, a comissão tem como objetivo investigar, além dos cartões, que foram criados em 2001, as chamadas contas "B". Essas contas bancárias eram movimentadas por funcionários selecionados que utilizavam talões de cheques. (Texto de Carmen Munari; Edição de Mair Pena Neto)

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