09 de dezembro de 2010 | 23h01
BRASÍLIA - O governo não conseguiu cumprir a totalidade das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstas para acabar este ano, conforme admitiu ontem a coordenadora do programa e futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior. De acordo com ela, 18% dos projetos previstos para serem entregues em 2010 ficarão para os próximos anos, o que representa um total de R$ 97,8 bilhões - os 82% finalizados somaram R$ 444 bilhões.
O valor total do PAC para o período de 2007 a 2010 representava R$ 657,4 bilhões, mas, em função do cronograma de obras, nem todos os projetos tinham como referência terminar este ano. A expectativa era de que uma fatia de 17,6% de obras, que incluem usinas do Rio Madeira, refinarias do Nordeste, a Transnordestina e o Eixo Norte do Rio São Francisco, por exemplo, terminassem nos anos seguintes.
Ritmo
Durante o balanço dos quatro anos do PAC, o governo explicitou que do total de ações previstas, excluindo-se saneamento e habitação, 62% estavam concluídas ao final de outubro.
Uma fatia de 30% estava em operação em um ritmo considerado "adequado" e 6% em estado de "atenção". O governo revelou ainda que 2% das ações foram classificadas como "preocupantes" - ainda que baixo, o porcentual é o dobro do verificado em dezembro do ano passado e em abril deste ano, segundo balanços anteriores.
Sucesso
Além de projetos nas áreas de ferrovias, empresa naval e irrigação, a futura ministra do Planejamento destacou que o PAC foi o responsável por "toda a discussão feita em torno do programa Minha Casa, Minha Vida". "Este é um programa de absoluto sucesso a despeito de todas as desconfianças iniciais sobre ele", argumentou Miriam Belchior.
A coordenadora também enfatizou que o PAC representou a retomada dos investimentos em infraestrutura no País. "Priorizamos áreas que estavam há muito tempo sem investimento", afirmou ela.
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