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Governo aceita renegociar dívida de agricultores

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sob pressão das entidades de pequenos agricultores, o governo aceitou renegociar dívidas de programas de créditos agrícolas, que totalizam R$ 7 bilhões. Em reunião nesta quinta-feira, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, garantiu que vai instalar grupo para analisar o pagamento dos empréstimos concedidos a um milhão de famílias pelo Banco do Brasil e Banco do Nordeste. Na próxima quinta-feira, as lideranças do movimento, capitaneado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Agricultura (Contag) e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), voltam a sentar com técnicos do ministério e das pastas Fazenda e Casa Civil. "O governo está disposto a dar uma resposta em 15 dias", afirmou Jungmann. Na avaliação do ministro, a reivindicação do movimento pode abrir precedente para uma renegociação ampla da dívida rural. Mesmo sem acusar as lideranças dos pequenos agricultores e assentados de atuar em prol de grandes fazendeiros, Jungmann disse que outros setores podem beneficiar-se de uma decisão do governo. João Paulo Rodrigues, do MST, reiterou que o manifestantes não estavam ali para tratar de dívidas dos "grandes que não querem pagar". O movimento também reivindica anistia da dívida dos agricultores que perderam a safra no Nordeste. A proposta, que precisa passar pelo Congresso, não agrada ao governo. "(A anistia) é terrível para os programas de crédito rural", afirmou o ministro. Jungmann também criticou os incidentes ocorridos em agências do Banco do Brasil. "Se querem continuar dialogando, é fundamental dar chance ao diálogo." Enquanto Jungmann negociava com os líderes do movimento, dezenas de manifestantes esperavam no gramado da Esplanada dos Ministérios. O comando do movimento estima que cerca de 1.500 pessoas estão acampadas, desde o dia 17, em dois locais da capital - ao lado do Ginásio Nilson Nelson e no Núcleo Bandeirante. "Todos vão continuar em Brasília até uma decisão final do governo", disse Manoel Santos, da Contag.

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