Governistas vão ao STF pedir adiamento de decisão sobre CPI

A intenção dos líderes é que a decisão do Legislativo saia primeiro. Na Câmara, oposição conseguiu adiar votação para engavetar CPI para a próxima quarta

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Por Agencia Estado
Atualização:

Líderes do governo devem ir nesta quarta-feira, 14, às 19 horas, ao Supremo Tribunal Federal para conversar com o ministro Celso Mello. É o ministro que decidirá se a CPI do Apagão Aéreo poderá ser instalada ou não. A comissão tem por objetivo investigar a crise aérea do setor. A intenção dos líderes é adiar a decisão do ministro, até que o Legislativo julgue todos os recursos sobre essa questão. "Vamos ponderar que a decisão não é urgente e argumentar que qualquer decisão acaba atropelando o processo do Legislativo", disse o deputado Carlos Willian (PSC-MG). Segundo o vice-líder do governo, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) os aliados vão hoje ao Supremo "do mesmo jeito que a oposição foi ontem lá e se reuniu com o ministro Celso Mello". O horário do encontro ainda não está definido. O líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE), disse que o governo quer usar sua maioria no plenário para impedir a criação da CPI, proposta pela oposição. Além de contestar os fundamentos legais do pedido, o governo acusa a oposição de tentar montar um palanque político com base nos problemas do setor aéreo. Sinal favorável A decisão no STF era aguardada para esta quarta-feira. Na última terça-feira, o ministro Celso Mello, em seu gabinete, os autores da ação defenderam o direito das minorias de investigar o assunto. Eles entraram com um mandado de segurança na última segunda para garantir a CPI, já que o governo conseguiu suspender o processo de instalação. Enquanto nem a Câmara nem o Supremo deliberam, PFL, PSDB e PPS obstruem as sessões, atrasando todas as votações no plenário e nas comissões. Durante o encontro com os deputados Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), Fernando Coruja (PPS-SC) e Onyx Lorenzoni(PFL-RS), Mello observou que em sete decisões recentes tomadas pelo Supremo foi reconhecido o direito das minorias parlamentares de apurarem fatos determinados em CPIs. Obstruir votação O debate entre governo e oposição na comissão foi acalorado nesta manhã por conta do requerimento do PT para engavetar a CPI. Os partidos de oposição mantiveram, a exemplo de ontem, a estratégia de obstruir qualquer votação na CCJ, enquanto não houver uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a CPI. Ao final, a oposição conseguiu adiar para a próxima terça-feira, 20, a votação do recurso do PT e comemorou a vitória momentânea. O presidente da comissão, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aceitou o pedido de prazo para a oposição analisar o parecer. Antes do pedido, houve apenas um voto, o do relator do recurso, deputado Colbert Martins (PMDB-BA). Ele foi favorável ao governo ao rejeitar a instalação da CPI. Para sustentar sua posição, o deputado apontou falhas do ponto de vista técnico no requerimento da CPI. No recurso contra a CPI, o PT alega que não há fato determinado para justificar a investigação. A oposição é contra a votação do recurso do partido por considerar que o pedido de instalação da CPI cumpriu os pressupostos constitucionais exigidos e, por isso, deveria ser instalada. Texto atualizado às 16h24

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