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Governistas se lançam contra Temer na Câmara

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

A disputa pela presidência da Câmara teve ontem movimentos opostos que dividiram a Casa em dois grupos. De um lado, três deputados de partidos governistas oficializaram juntos as suas candidaturas, com o objetivo comum de enfrentar o favorito, Michel Temer (PMDB-SP), e levar a disputa para o segundo turno. Ao mesmo tempo, o peemedebista, também aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, procurou dar uma demonstração de força ao receber o apoio simultâneo de três partidos de oposição, o PSDB, o DEM e o PPS. Temer já tem o apoio do PT e de outros partidos menores, como PTB e PV. A eleição será no dia 2 de fevereiro e escolherá o deputado que comandará a Câmara pelos próximos dois anos. Uniram-se contra Temer, embora com candidaturas separadas, os deputados Aldo Rebelo (P C do B-SP) - que é ex-presidente da Câmara, assim como o próprio Temer -, Ciro Nogueira (PP-PI) e Milton Monti (PR-SP), candidato avulso, que não tem apoio de seu partido. À noite, o movimento do trio perdeu força com a decisão do PR de anunciar hoje o apoio a Michel Temer. Com isso, Milton Monti poderá desistir da candidatura avulsa. "Entendo as razões do meu partido e vou decidir se mantenho a candidatura", afirmou Monti. Aldo disse que a candidatura de Temer "nasce das cúpulas partidárias, é respeitável, mas não corresponde aos anseios da Casa de estabelecer a soberania dos representantes do povo na escolha de seu presidente". No mesmo momento em que os adversários de Temer faziam discursos de soberania e independência, na sala da liderança do PSB, a poucos metros de distância o candidato do PMDB recebia o apoio dos oposicionistas. "Vamos trabalhar para que Michel seja eleito no primeiro turno, com votação consagradora", conclamou o líder do PSDB, José Aníbal (SP). Os líderes do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) e do PPS, Fernando Coruja (PE), destacaram a coesão de suas bancadas em favor do candidato peemedebista.

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