Governadores nordestinos discutem agenda de investimentos

Eles encaminharão ao governo federal uma pauta de reivindicações em comum aos nove Estados, principalmente quanto ao Programa Piloto de Investimentos (PPI)

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Por Agencia Estado
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Os governadores do Nordeste passarão esta quinta-feira reunidos em Natal para definirem uma agenda comum de investimentos na região. Eles estão discutindo uma pauta de reivindicação para ser encaminhada ao governo federal e que seja comum aos nove estados, principalmente quanto ao Programa Piloto de Investimentos (PPI) para a região e que se arrastando desde o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião tem a participação dos ministros Fernando Haddad (Educação) e Pedro Brito (Integração Regional) e ainda o secretário executivo da Casa Civil, Vicente Trevas, que é responsável pelo PPI. Além do PPI, os governadores vão debater, durante todo o dia, assuntos como implantação do Fundeb, recriação da Sudene, implementação de um plano integrado de segurança pública e ainda a reforma tributária, a partir da criação de um fundo de desenvolvimento regional que garanta recursos para investimentos em infra-estrutura e, com isso, acabar com a guerra fiscal entre os estados. O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), pediu que a integração do São Francisco fosse colocada em pauta. Cunha Lima vai pedir a aceleração do projeto que vai levar água a regiões do estado que sofrem com a seca, de acordo com a assessoria de imprensa do governador. O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, autorizou na quarta-feira, por meio de despacho publicado no Diário Oficial da União, a realização de licitação para contratar as empresas que farão os projetos executivos das obras de transposição do rio São Francisco. As empresas terão um prazo de 45 dias para enviar suas propostas. A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), diz que vai propor aos colegas governadores a realização de um fórum permanente, além das reuniões periódicas da recriada Sudene. "O Nordeste tem quase 30% da população brasileira e só representa 16% do PIB, então precisamos acabar com essa história, com investimentos em infra-estrutura e melhorando as condições dos estados em relação a guerra fiscal para atrair empresas, gerar renda e empregos", disse ela. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), comparou a questão da reforma tributária como uma guerra, "que não pode ser parada de uma vez". Ele defende que pode ser feita uma reforma tributária para daqui a dez anos. "Não podemos fazer uma reforma para o dia seguinte, mas tem medidas tributárias a serem tomadas, inteligentes e objetivas, que podem tornar um pouco mais justo o nosso sistema tributário", disse ele. Dilma Roussef Os governadores nordestinos minimizam a ausência da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, no encontro. Wilma disse que a reunião "é suprapartidária" e que os governadores tinham vindo "para somar e não debater questões partidárias, porque todos os partidos estavam pensando no melhor para o Nordeste e para cada Estado". Para o governador do Sergipe, Marcelo Déda (PT), o fato de a ministra Dilma Roussef ir à reunião de governadores do Sudeste em detrimento do encontro de governadores nordestinos "não se trata de um tratamento diferenciado" para a região. "Mas acredito que o Nordeste está vivendo um de seus melhores momentos do seu ponto de vista político, o Nordeste foi a região brasileira que resolveu fazer um profundo processo de mudanças, varreu as oligarquias e permitiu que uma nova geração de políticos e de idéias e chegasse ao poder na região", disse ele. Marcelo Déda ainda acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai negar fogo ao Nordeste, pois ele saiu das eleições de 2006 na região, "como o presidente que teve apoio da grande maioria dos nordestinos. "Acho que isso é capital político, nós temos de ter consciência desse capital, e transformá-lo em propostas, reivindicações que possam ser levadas ao governo central", continuou ele. "Nós só queremos ser bem tratados, quando também nos esquivarmos de fofoquinhas de colegial, o fato da ministra não ter podido vir aqui, e ter ido a outra reunião, não pode ser motivo para se abrir uma crise", disse Déda. Com Agência Brasil

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