Governadores elegem aliados em 42% dos casos

Na região Sudeste, todos os quatro conseguiram emplacar seus candidatos

Por Ana Paula Scinocca
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Onze dos 26 governadores de Estado, o equivalente a 42%, conseguiram eleger seus aliados em capitais na eleição municipal. Levantamento feito pelo Estado revela que o Sudeste foi a região em que os administradores estaduais tiveram maior índice de aproveitamento. Lá, os quatro governadores emplacaram seus apoiados. Em São Paulo, José Serra (PSDB) conseguiu confirmar seu aliado, Gilberto Kassab (DEM), à frente da maior cidade brasileira. No segundo maior colégio eleitoral, Minas Gerais, o também tucano Aécio Neves, em uma aliança pouco usual com o PT, conseguiu fazer prefeito de Belo Horizonte o empresário Márcio Lacerda (PSB). No Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral (PMDB) emplacou Eduardo Paes (PMDB) e no Espírito Santo, o também peemedebista Paulo Hartung viu seu aliado do PT, João Coser, ser reeleito prefeito de Vitória ainda no primeiro turno. Enquanto o Sudeste foi a região com 100% de aproveitamento entre os governadores, as regiões Sul e Centro Oeste foram as mais fracas. No Sul, apenas o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), conseguiu ver seu colega de partido Dário Berger reeleito prefeito de Florianópolis. E no Centro-Oeste o também peemedebista André Puccinelli elegeu Nelson Trad Filho (PMDB). No Nordeste, dos 9 governadores, apenas três conseguiram eleger seus pares. O petista Marcelo Deda, governador de Sergipe, viu seu aliado Edvaldo Nogueira (PCdoB) ser reeleito prefeito de Aracaju. No Ceará, Cid Gomes (PSB) também comemorou a reeleição de Luizianne Lins (PT). Já em Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) viu ser eleito o aliado João da Costa (PT). No Norte do País, apenas os governadores do Acre e do Amapá emplacaram seus aliados. Binho Marques (PT) viu o também petista Raimundo Angelim ser reeleito. No Amapá, Valdez Góes (PDT) comemorou a eleição de Roberto Góes (PDT). O Distrito Federal não entrou no levantamento pois lá não há eleição municipal. Controverso, o fenômeno da transferência de votos se confirmou em alguns Estados, mas não em outros. No maior colégio eleitoral do País, São Paulo, tanto o prefeito reeleito quanto o governador José Serra descartaram que a vitória de Kassab tenha tido influência do tucano. O prefeito assumiu a prefeitura paulistana com a renúncia de Serra em 2006 para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Para Kassab, sua vitória se deu em razão da gestão. "Minha vitória se deve à gestão. E a minha boa gestão se deve também muito ao Serra. Não me diminui em nada reconhecer isso", disse o prefeito ao Estado. Tão logo soube do resultado na capital paulista, Serra minimizou sua responsabilidade pelo resultado da eleição. Para o governador, a vitória de Kassab em São Paulo foi a vitória de "um bom governo". Se Serra pode ter ajudado Kassab a ser reeleito, por outro lado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem alto índice de popularidade, não conseguiu agregar votos para sua candidata, Marta Suplicy.

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