PUBLICIDADE

Governadores do PMDB defendem que partido deixe o governo

Por Agencia Estado
Atualização:

Governadores do PMDB reunidos nesta sexta-feira no Hotel Jaraguá Inn, no centro de São Paulo, opinaram que o partido deve entregar os seus cargos ao governo federal e tornar-se independente no próximo no ano. "Não falamos em nenhum momento em ser oposição, mas podemos ser independentes e apoiar o presidente Lula nas votações que sejam de interesse do País", disse o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Além dele, participam da reunião os governadores do Paraná, Roberto Requião, do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, do Distrito Federal, Joaquim Roriz, e o governador em exercício de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira. O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, o presidente nacional da legenda, deputado federal Michel Temer (SP) e o presidente do PMDB em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia também estão no encontro. O único ausente é o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcellos. "Pessoalmente, eu entendo que o PMDB não deveria nem ter entrado no governo. E, agora, é hora de sair", disse Rosinha Matheus. Rosinha garantiu ainda que, em nenhum momento, ela e seu marido pensaram na possibilidade de sair do PMDB. Apêndice Dizendo-se "fã de carteirinha, um lulista nato", o governador do Paraná, Roberto Requião, também avaliou como necessária a entrega dos cargos ocupados pelo partido na administração federal, pregando independência. "O PMDB não tem proposta política e econômica para o Brasil e está agregado ao poder fisiologicamente. Isto representa o início do fim de um grande partido", observou. Orestes Quércia, por sua vez, avaliou que está cada vez mais próximo o caminho para o partido "desembarcar do governo". "Termos um ministro como Amir Lando (Previdência) ou nada é a mesma coisa", opinou. Ele reconheceu, entretanto, que o governo Lula deverá trabalhar na cooptação de membros do partido, oferecendo mais cargos, para manter o PMDB na base de sustentação. "Para esse grupo, ou saem do governo, ou saem do partido", disse, recusando-se, porém, cogitar a possibilidade de expulsão de pessoas da legenda. Para o governador Germano Rigotto, é preciso que o PMDB avalie o resultado das eleições deste ano, no qual o partido saiu-se vitorioso em municípios pequenos e médios. "Precisamos de uma reflexão, entender por que o PMDB perdeu força nos grandes centros e por que não é considerado alternativa em todas as especulações e análises para 2006. Por que o partido é sempre visto como um apêndice?".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.