PUBLICIDADE

Governador do ES tenta evitar intervenção

Por Agencia Estado
Atualização:

Preocupado com a possibilidade de o Palácio do Planalto decretar a intervenção do Estado do Espírito Santo, o governador José Ignácio Ferreira esteve nesta terça-feira em Brasília, percorrendo os gabinetes dos ministros da Justiça, Miguel Reali Júnior, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso. Após a audiência com José Ignácio, o ministro Reali anunciou que a intervenção só será decidida no dia cinco de junho, em Vitória, durante a reunião do Conselho da Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, que é um órgão do Ministério da Justiça. ?Paixões políticas? Nas duas audiências, o governador José Ignácio pediu que o Estado tivesse assento no conselho, para apresentar a sua defesa. ?Não haverá intervenção?, declarou ele, depois da conversa com o general Cardoso. ?Não por causa dos pedidos, mas porque não há fatos que comprovem que o crime organizado esteja infiltrado no Estado. Isso é um absurdo?, reagiu ele, acentuando que acredita não só na seriedade de quem analisará os fatos como também na certeza de que acusações são infundadas. Para o governador, estas denúncias estão ?contaminadas por jogo de paixões políticas?. Ele acusa alguns integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil do Espírito Santo de ter elaborado um relatório encaminhando ao Ministério da Justiça, fazendo denúncias contra sua administração. Unesco Aos dois ministros, José Ignácio entregou documentos em sua defesa e uma fita com seu pronunciamento feito no Estado, anteontem. Na opinião de José Ignácio, a maior prova de que o seu governo tem combatido com intensidade a criminalidade em todos os níveis é um dado apresentado pela Unesco. De acordo com esse estudo, segundo o governador, o Espírito Santo foi o único Estado brasileiro onde a criminalidade caiu e com número significativo: 21%. No restante do País, disse, o mapa da violência mostra que a criminalidade aumentou 50,2%. ?Faltam provas mínimas desta suposta infiltração do crime organizado no Estado?, defendeu-se José Ignácio, que disse que veio pedir, mais uma vez, ajuda federal para dar prosseguimento ao combate à violência. Força-tarefa Ele lembrou que pediu uma força-tarefa há três anos e que, desde então, tem recebido recursos do Plano Nacional de Segurança Pública. Nesta terça-feira, ele pediu mais verbas ? ?mais ajuda material? ? e que o Estado tivesse voz ativa no conselho que vai julgar o caso. José Ignácio disse que saiu satisfeito e convicto de que, não só conseguiu as duas coisas, como também de que não haverá intervenção federal. ?Não há fatos que justifiquem?, reiterou, afirmando que são segmentos da Ordem dos Advogados do Brasil ? ES e não toda a seccional que estão provocando esta polêmica por questões político-eleitorais. Ele não conversou com o presidente Fernando Henrique Cardoso e garantiu estar seguro de que o pedido de intervenção não chegará ao Congresso porque o Conselho não irá aprová-lo. ?O que dói é a imagem do estado ser atingida por uma oposição, um segmento pequeno de uma categoria?, declarou ele, insistindo em que afastou todas as pessoas que foram denunciadas e que é absolutamente contra todo e qualquer grupo ligado ao crime organizado. ?O Espírito Santo está longe de ter os problemas que assistimos todos os dias na televisão em outros Estados?, alfinetou, referindo-se ao Rio de Janeiro, mas sem citar o Estado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.