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Governador do ES entrega defesa à Assembléia Legislativa

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (sem partido), apresentou nesta sexta-feira a defesa à Assembléia Legislativa, atendendo à determinação da comissão especial que analisa o pedido de cassação dele, desde o início da semana. No documento, Ferreira diz que as acusações não têm fundamento e argumenta que o pedido é uma manobra política dos partidos de oposição. Essa foi a primeira vez que o governador teve de responder, oficialmente, às acusações de corrupção e desvio de verba pública que paralisam o governo dele desde abril, quando uma CPI foi aberta para apurar o envolvimento da primeira-dama Maria Helena Ruy Ferreira e do irmão dela Gentil Ruy (os dois foram secretários do Estado). Nas investigações da CPI e em outros inquéritos do Ministério Público (MP), o governador é citado. Mas o advogado do governador, João Mestieri, não quis chamar o documento enviado hoje à Assembléia de defesa. "Só há defesa quando existe acusação. Tudo que está no pedido de impeachment não envolve o governador", disse o advogado. O presidente da comissão, deputado Luiz Pereira (PFL), rebateu Mestieri. "É claro que é uma defesa. Não sei o que José Ignácio está pensando, mas não entendo como é que ele continua dizendo que não tem responsabilidade por atos praticados no governo, se ele é chefe do Executivo." Na defesa, o governador não apresenta provas ou papéis para rebater as acusações. O texto também não dá resposta específica a nenhuma investigação envolvendo diretamente Ferreira, como a que informa que o ex-coordenador de campanha do governador Raimundo Benedito de Souza Filho, o "Bené" (preso hoje), pagou prestações de apartamentos dele e da primeira-dama em troca de favores. "A alegação dos partidos de oposição é absurda. Não há elementos que justifiquem o impeachment. Não há nada que indique que houve crime de responsabilidade", disse o advogado. A comissão especial deve elaborar um parecer sobre a cassação até o fim da próxima semana. No dia 17, os deputados deverão votar o pedido e, se ele for aprovado por 20 dos 30 parlamentares, o governador poderá ser afastado do governo durante 180 dias. O Ministério Público Estadual (MPE) apresentou hoje denúncia à Justiça contra Ruy, Bené e mais sete acusados do desaparecimento de R$ 4,3 milhões dos cofres públicos. Os promotores também pediram a prisão preventiva (por tempo indeterminado) de oito envolvidos. O auditor da Coopetfes (cooperativa onde o dinheiro foi depositado e desviado), Paulo Sérgio Torres, foi denunciado, mas foi poupado da prisão porque tem colaborado com os promotores. O juiz Nélson Barbi, da 7ª Vara Criminal, deverá decidir sobre os pedidos dos promotores na segunda-feira. "Tenho de fazer a análise com calma porque o processo tem centenas de páginas e não podemos brincar com a liberdade das pessoas", disse.

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