Golpes via Internet desviam R$ 100 milhões no Pará

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal do Pará está investigando a existência de uma rede de hackers que já teria desviado mais de R$ 100 milhões de correntistas e de agências bancárias. De acordo com o superintendente da Polícia Federal, Geraldo Araújo, integrantes de uma quadrilha presa no final do ano passado voltaram a aplicar golpes pela Internet. Para transferir dinheiro dos clientes para suas contas, os hackers precisam apenas de um computador ligado a uma linha telefônica. Segundo Araújo, com hackers tão inteligentes atuando na clandestinidade, não é possível garantir a segurança do sistema bancário contra invasões para saque ou transferência de contas. Os bandidos agem depois de terem acesso a detalhes do cadastro dos clientes, tentando descobrir a senha de acesso às contas. Os donos de cartões de crédito também aparecem entre as vítimas da quadrilha. Depois que o dinheiro é transferido da conta do correntista para outra aberta pelo fraudador, alguém a serviço da quadrilha fica encarregado de fazer o saque. Um dos presos em dezembro do ano passado, juntamente com outras 16 pessos, Fábio Florêncio da Silva, disse na PF que uma das maneiras mais fáceis de os hackers espionarem os correntistas e bancos é monitorar toda a rede e os e-mails dos usuários. "O que você digita no computador pode denunciá-lo", diz ele. Fábio está hoje em liberdade, mesmo depois de ter confessado na Justiça que o golpe do qual participou lhe rendeu R$ 150 mil. Ele revelou que apenas num final de semana havia quem faturasse até R$ 200 mil, sacando dinheiro da conta de clientes de bancos ou das próprias agências bancárias. Ataíde Evangelista, tido no sul do Pará como "gênio" da informática", é outro hacker que está sendo processado pela Justiça Estadual. Por mês, ele e outros integrantes do bando conseguiram desviar até R$ 2 milhões de vários bancos. Ataíde chegou a desenvolver um programa específico de computador somente para fraudes.

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