PUBLICIDADE

Goldman renova no estilo, mas mantém discurso de Serra em 1º evento

Governador interino de SP afirmou que a gestão continua nos mesmos 'diapasão e velocidade'

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O governador interino de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), participou nesta segunda-feira, 5, do primeiro evento no cargo após a saída do ex-governador José Serra (PSDB) para concorrer à Presidência pelo PSDB. Goldman inovou no estilo, mas manteve o discurso de Serra em cerimônia para entrega de 180 carros para a Superintendência da Polícia Técnico-Científica do Estado (SPTC), na capital paulista.

 

Veja também:

PUBLICIDADE

 

O governador interino de São Paulo afirmou que a gestão continua nos mesmos "diapasão e velocidade" e que caberá a Serra decidir se participa ou não de eventos do governo do Estado daqui para frente. "Hoje, Serra é um cidadão comum, como qualquer outro. Ele poderia estar aqui, mas vai tomar todos os cuidados para não incorrer em qualquer descumprimento da legislação eleitoral", disse Goldman.

 

"Eu tomo todo o cuidado porque sou governador. Mais que qualquer cidadão, tenho de dar o exemplo. Seria muito ruim se amanhã eu tomasse uma multa por descumprimento da legislação. Não pelo valor da multa, mas pelo aspecto moral e ético que ela representaria." Goldman toma posse como governador amanhã (06), às 15 horas, em cerimônia na Assembleia Legislativa. Em seguida, às 16 horas, participa de uma solenidade no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

 

O governador interino de São Paulo, porém, preferiu não polemizar sobre as recentes punições da Justiça Eleitoral ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado se achava que Lula deu um mau exemplo, respondeu: "Não acho nada. Eu, pessoalmente, cumpro a legislação ao máximo. Me sentiria muito mal se tomasse uma multa."

 

Participação

 

Goldman evitou comentar a participação na campanha presidencial do ex-governador de São Paulo. Para o governador interino, a maior contribuição que poderia dar é fazer um bom fim de mandato. "Como governador, não me cabe ajudar ninguém. Cabe a mim cumprir meu papel e, quanto melhor eu fizer isso, melhores serão os resultados das expectativas da população."

Publicidade

 

Em oposição aos contumazes atrasos de Serra, Goldman chegou à SPTC com 40 minutos de antecedência. Ele subiu ao palco dois minutos antes do horário marcado para o início do evento. Em breve discurso, disse estar feliz pelo primeiro compromisso como governador ser uma entrega na área da segurança e louvou o trabalho de peritos e legislas. "A falta de provas aumenta a impunidade. Não basta exigir apenas do Poder Judiciário", afirmou a cerca de 150 policiais.

 

Ao se posicionar para a entrevista, Goldman estranhou o púlpito transparente colocado pela assessoria do governo de São Paulo entre ele e os jornalistas. "Isso é para me proteger de vocês? É à prova de balas?", brincou. Os seguranças, por sua vez, advertiram os repórteres para que não aproximassem demais os microfones e gravadores do rosto do governador, para evitar acidentes.

 

Ele concedeu entrevista de 12 minutos - tempo ao menos três vezes superior à média das coletivas de Serra. Foi comedido, mas falou de política a futebol. Indagado se concordava com a ideia do antecessor de criar uma delegacia especializada em torcidas organizadas, disse que considerava a violência nos estádios "bem mais controlada" atualmente. "Como corintiano, fui da Gaviões da Fiel, mas me afastei quando ela passou a ter uma postura mais agressiva. Achei que não ficava bem para mim participar."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.