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Goldman defende alternativa às prévias para definir candidato tucano

Por Julia Duailibi
Atualização:

O governador em exercício de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), afirmou ontem achar "perigosa" a realização de prévias tucanas para escolher o nome que disputará o Palácio do Planalto em 2010. Para ele, a disputa interna pode causar estrago e desagregação partidária. Goldman, no entanto, disse ser a favor de que a escolha seja feita por meio de delegados em convenção, caso o partido não chegue a um consenso entre os dois principais nomes que querem entrar na disputa: o governador paulista José Serra e o colega mineiro Aécio Neves. As prévias, em tese, podem mobilizar o milhão de filiados que o partido tem - o PSDB prepara recadastramento para confirmar o número. Já a escolha via delegados demandaria a presença de cerca de 10 mil filiados. "A ideia de reunir todos os filiados é muito difícil", disse ao Estado Goldman, que está no comando do Palácio dos Bandeirantes. Serra está em férias nesta semana. De acordo com o governador em exercício, a escolha entre dois pré-candidatos poderia ser feita em convenção informal do partido, realizada antes da oficial, quando é definido o nome do candidato. O calendário eleitoral fixa junho do ano da eleição como prazo para promover as convenções. Goldman cita o estatuto do PSDB, que prevê a escolha dos delegados que participam das convenções estaduais segundo o peso eleitoral nos municípios. Diz o artigo 78 do estatuto que "o número de delegados à convenção estadual será de, no mínimo, um por município, acrescido de mais um para cada mil votos de legenda partidária obtida na última eleição à Câmara dos Deputados". "Os mesmos delegados que iriam para a convenção estadual poderiam ir para a nacional", diz Goldman. As prévias não estão regulamentadas no estatuto. Tucanos recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral para elaborar as regras até março. Aécio insiste na realização de prévias, enquanto aliados de Serra dizem que ele é o candidato natural. O deputado Arnaldo Madeira (SP) insistiu não ser tradição tucana promover primárias - anteontem Aécio defendeu que o PSDB deveria rever a tradição. "Aécio procura marcar posição e criar fato que o coloque em evidência", disse Madeira, que discorda da tese de que a ausência de prévias levou o partido a derrotas. "Ele se elegeu duas vezes em Minas, e que eu saiba não houve primárias."

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