Gerente da TV Brasil diz que vai processar jornalista

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Por Wilson Tosta
Atualização:

A gerente de Telejornais da TV Brasil, Jaqueline Paiva, vai processar por injúria o jornalista Luiz Lobo, ex-editor-chefe do Repórter Brasil, telejornal noturno da emissora. Demitido do cargo, Lobo a acusou de censurar textos jornalísticos da emissora para atender a interesses do Palácio do Planalto, onde seu marido, Nelson Breve, trabalha como assessor. Jaqueline nega a acusação, afirma que o jornal era fechado em equipe e acusa Lobo de faltar à maioria das reuniões de pauta e fechamento do noticioso. Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal que opera a estação, afirmou que Jaqueline terá que se explicar na comissão que apurará o caso. Lobo não quis comentar a ação. "O que ele (Lobo) fez não tem preço", disse Jaqueline, explicando que a EBC custeará o processo e o advogado, segundo seu estatuto. "Ele expôs toda uma redação que trabalha sob cobrança intensa. Vamos ter que recomeçar tudo do zero." A jornalista afirmou ainda que não vê problemas em depor na comissão criada pelo Conselho Curador para apurar o episódio. Segundo a gerente, Lobo foi contratado em novembro de 2007, mas nunca assinou contrato nem se integrou totalmente ao trabalho, chegando em geral às 16 horas, após as reuniões de pauta, realizadas diariamente às 11h. Nelas, com chefes do jornalismo da emissora de Brasília, Rio e São Paulo, são discutidos os assuntos cobertos ao longo do dia. "De 50 reuniões de pauta de 16 de janeiro até a saída de Luiz Lobo, ele foi a sete", declarou Jaqueline. Procurado, Lobo não quis dar entrevista. "Não sei se tenho nada de novo para falar", disse. "Estou tomando conhecimento disso (do processo) por você. Não tenho informações a respeito. Meu objetivo nunca foi fazer embate político. O que eu disse, eu disse, mas prefiro não comentar."

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