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"Gentileza" de ACM para com Jader surpreende

Por Agencia Estado
Atualização:

A postura "suave" adotada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) em relação ao presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), no discurso de renúncia, surpreendeu os parlamentares. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) não escondeu seu espanto. "Ele foi exageradamente elegante com a figura de Jader", disse Simon, lembrando que, em nenhum momento, ACM trouxe elementos novos ligando o presidente do Senado a irregularidades. Depois da renúncia de ACM, Jader não quis comentar o discurso do pefelista. Horas antes, ele havia avisado que não iria responder a nenhum ataque. Preferiu apenas fazer críticas veladas, usando metáforas. "Nós políticos imaginamos que somos o pino do mundo, mas o mundo continua a girar, apesar de nós. O cemitério está cheio de insubstituíveis e eu imagino que, um dia, vou para um desses cemitérios", declarou Jader, sem citar, diretamente o nome de ACM. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), criticou a postura de ACM ao deixar o Senado, o que considerou "deselegante", mas reconheceu que o pefelista não trouxe nenhum "elemento novo" contra Jader, ao contrário do que se esperava. "Ele requentou denúncias e não mostrou provas", disse Renan. Para o líder do bloco de oposição no Senado, José Eduardo Dutra (PT-SE), houve um acordo tácito entre ACM, governo e PMDB para que o discurso ganhasse um tom "mais ameno". "Esse acordo, mesmo que velado, está claro, porque ele não levantou novidades", declarou Dutra. Embora considere que ACM tenha feito algumas considerações "mais fortes" em relação ao presidente Fernando Henrique Cardoso, Dutra avalia que o principal alvo do pefelista foi o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, onde tramitou o caso de violação do sistema eletrônico de votação da Casa. "Foi um discurso patético e, ironicamente, muito semelhante com as palavras do senador cassado Luiz Estevão", declarou Dutra. "Assim como Luiz Estevão, ACM também tentou mostrar que não teve direito de defesa no Conselho", disse. "E tentou se apresentar com um santo", completou. O senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que ACM teve razão em manifestar sua "mágoa" contra o governo, já que foi abandonado. "Mas não poderia atacar o Conselho, que agiu corretamente". Para o senador José Agripino Maia (PFL-RN), as declarações de ACM foram "verdadeiras". "Mas não trouxe nada novo", declarou Agripino.

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