Genro diz que inquérito da PF não acusa nenhum partido

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Por AE
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O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que a suspeita de crime eleitoral contra partidos e políticos de oposição, levantada na Operação Castelo de Areia, ?é uma questão secundária?. Segundo o ministro, ela só será objeto de investigação se o Ministério Público e a Justiça Eleitoral determinarem. Antes, afirmou Tarso, ?é preciso checar se realmente ocorreram financiamentos ilegais?. Num visível esforço para apaziguar os ânimos no meio político, intrigado e alvoroçado com a ausência do PT e de parlamentares da base governista entre os envolvidos no escândalo, o ministro disse: ?Reitero: o inquérito da Castelo de Areia não está acusando nenhum partido de ter recebido financiamento ilegal.?No conjunto, foram sete os partidos acusados de suposto recebimento ilegal de recursos, por meio de caixa 2, da Construtora Camargo Corrêa. São quase todos partidos de oposição. A lista também incluiu os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e deputados, entre eles José Carlos Aleluia (DEM-BA). O diretor-geral da PF fez coro com Tarso. Ontem, depois de se encontrar com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, Corrêa disse: ?A Polícia Federal não se moveu, não praticou nenhum ato motivado por questões partidárias ou políticas?, afirmou.Tarso negou que tenha havido direcionamento político no inquérito, que nasceu para investigar denúncia de crime financeiro, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal contra a construtora. Segundo as afirmações do ministro, a verificação de crime eleitoral será feita, em outro inquérito, se o Ministério Público e a Justiça Eleitoral entenderem ser relevante. Ele também culpou o sistema político brasileiro, em parte, pelas distorções verificadas na investigação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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