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Genoino entra em cena contra falta de articulação do PT

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do PT, José Genoino, entrou em campo para tentar resolver a falta de articulação da bancada do partido na Câmara que está "batendo cabeça" conforme expressão usada pelos próprios petistas. Para dar um rumo ao discurso e à ação do PT, Genoino passou o dia de hoje em conversações com os diversos núcleos do partido em busca de sintonia. A falta de diálogo entre os principais líderes do partido de Luiz Inácio Lula da Silva é tanta que o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), anuncia medidas sem consultar seus aliados. Exemplo disso foi a decisão de instalar a CPI do Banestado, que contrariou o PT no Senado e setores do Palácio do Planalto. Outra iniciativa foi a indicação de representantes do PT para a Comissão Especial da reforma previdenciária sem consultar o líder do partido, Nelson Pellegrino (BA). Os deputados do PT, no entanto, não conseguem identificar os motivos que estariam levando João Paulo a adotar posições isoladas à frente do comando da Câmara. Alguns especulam que ele estaria tentando ampliar espaço político para se credenciar ao governo de São Paulo em 2006. "Não estamos tratando de 2006. Apenas de dar sustentação ao governo e ganhar as eleições em 2004", desconversa Genoino. "Ninguém está entendendo nada" é a frase mais ouvida entre os parlamentares quando a indagação se refere às últimas atitudes de João Paulo. A falta de sintonia no PT é tão grande que a bancada precisou fazer uma reunião para decidir sobre a participação ou não dos petistas na manifestação dos servidores públicos contra a reforma previdenciária. Mais uma reunião que serviu para explicitar as dificuldades internas do líder do PT, Nelson Pellegrino (BA), na condução das divergências. A bancada estava dividida e os integrantes do chamado grupo dos 30 ainda tentaram convencer os parlamentares da ala governista que os servidores públicos não estavam protestando contra a reforma. "O problema de Pellegrino que ele não representa a maioria nem a minoria", observou um integrante da cúpula do PT. Tanto o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, quanto José Genoino discordavam da idéia de o PT participar do ato público. Mesmo assim, a bancada preferiu comparecer. Os deputado Nelson Pellegrino e o líder do PC do B, Inácio Arruda (CE) foram vaiados e essas manifestações hostis foram contabilizadas em favor do governo. "Isso mostra que não deveriam ter ido", avaliou José Genoino. Segundo ele, o conflito entre governo e servidores vai continuar e compete aos petistas administrar politicamente essa situação. "Não podemos defender todos os interesses dos servidores", constatou.

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