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Genéricos vão disputar mercado de remédios contra impotência

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Por Agencia Estado
Atualização:

A guerra dos medicamentos contra impotência será travada em, no mínimo, dois campos no mercado brasileiro. A primeira parte da briga já começou, com a entrada do Uprima (Abbott), no final de 2001, e do Cialis (Tadalafil), do Eli Lilly, e do Levitra (Vardenafil), da Bayer, neste ano, para concorrer com o já veterano Viagra (Sildenafil), da Pfizer. A segunda parte se dará a partir de 2013, quando o vencimento da patente do Viagra dará espaço a genéricos e similares com preços até 45% inferiores aos dos concorrentes - o que incluirá Uprima, Cialis e Levitra. Cinco laboratórios brasileiros de genéricos e similares possuem registro do princípio ativo Sildenafil ou variantes junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Após a quebra da patente do Viagra, o Pfizer deverá incrementar a molécula ativa, criando um medicamento mais forte e patenteado", avalia Adilmar Luiz de Souza, diretor-comercial do Laboratório Teuto-Brasileiro, de Anápolis (GO), um dos que possuem registro do Sildenafil. Os laboratórios de genéricos Eurofarma e Sigma Pharma, além dos fabricantes de similares Ativus e Sociedade Henger, são os outros detentores do registro na Anvisa. O registro tem validade por cinco anos e é renovável, levando o mercado a crer que, antes mesmo do vencimento, esses laboratórios se mobilizem em alguma estratégia que não dependa da quebra da patente. O diretor-médico da Pharma Consulting, Dagoberto Brandão, avalia que a própria Pfizer poderia se beneficiar dos registros na Anvisa. Segundo ele, é comum, em países com mercado de medicamentos desenvolvido, um grande laboratório deixar que seus produtos sejam copiados por outros, que ampliam a rede de distribuição e, em contrapartida, pagam royalties à indústria farmacêutica referentes à pesquisa e ao desenvolvimento do medicamento. "No Brasil, a Pfizer poderia expandir a rede de distribuição do princípio ativo do Viagra por meio desses laboratórios, que fabricariam medicamentos de marca como ´Liagra´", exemplifica o executivo da Pharma Consulting, que é médico e advogado. Faz sentido: o EMS Sigma Pharma detém 20% do mercado de genéricos em valor (23% em unidades), ocupando o segundo lugar do ranking, e o Eurofarma possui 11% (12% em volume), na quarta posição. Dagoberto Brandão ressalta que esta seria também uma das formas de a Pfizer combater a concorrência do Uprima, do Cialis e do Levitra, sem aumentar investimentos em distribuição nem perder lucro pela cópia do seu produto por terceiros. A Pfizer tentou patentear o mecanismo de ação do Viagra em países como Alemanha, mas não conseguiu. Bayer e Eli Lilly, cujos princípios ativos são diferentes do Sildenafil, mas com mecanismo de ação idêntico ao do Viagra - inibe a enzima PDE5, responsável pela impotência, foram contra e ganharam o processo para evitar a patente. Caso a Pfizer conseguisse resguardar o mecanismo de ação, os outros medicamentos não poderiam ser lançados. Para o diretor comercial do Laboratório Teuto-Brasileiro, não há possibilidade de quebra de patente do Viagra no Brasil, ao contrário do que ocorre com vários medicamentos na Índia, por exemplo, cuja legislação é protecionista. Quanto à produção e distribuição próprias, pagando royalties a Pfizer, o executivo desconversa, afirmando que a filial brasileira do laboratório norte-americano tem poder de fogo suficiente para dar conta de colocar o produto em todo o País.

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