General Heleno diz que escolha de três ministros do DEM para o governo é 'mera circunstância'

Futuro chefe do GSI negou que Bolsonaro tenha priorizado o DEM na escolha dos ministros do seu governo

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Foto do author Leonencio Nossa
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Por Leonencio Nossa e Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - O general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou que o presidente eleito Jair Bolsonaro tenha priorizado o DEM na escolha dos ministros do seu governo. Até agora, três dos dez ministros indicados são do partido: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde).

"Isso do DEM é mera circunstância. Não é nada que o comprometa. Ele tem escolhido por bancada e não por partido", disse Heleno ao chegar nesta quarta, 21, no apartamento funcional de Bolsonaro, em Brasília. Depois, os dois foram para o Centro Cultural Banco do Brasil, onde a equipe de transição se reúne. 

Jair Bolsonaro e seu futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno Foto: Evaristo Sá/AFP

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O futuro ministro do GSI afirmou que Bolsonaro pretende fazer todas as indicações para o comando das pastas até logo depois da terceira cirurgia do presidente eleito, prevista para ocorrer no dia 12 de dezembro. "É decisão dele, a gente não fica pressionando. As condicionantes agora são os nomes, a escolha é a parte mais difícil" declarou. 

Uma reunião entre os ministros já anunciados está prevista para o final da manhã. Os que estão há mais tempo no grupo de transição, avaliou Heleno, já estão mais preparados. "O ministro da Saúde, por exemplo, não sabe nem onde fica a sala dele", comentou sobre Luiz Henrique Mandetta, anunciado na terça.

A força do DEM no futuro governo incomoda aliados do Centrão na Câmara, como mostrou a Coluna do Estadão.  “O partido não pode ser penalizado pelas escolhas de Bolsonaro, mas também não pode dizer que não está atendido”, afirmou o líder do PP na Câmara, Arthur Lira.

A indicação do terceiro ministro do DEM por Bolsonaro ainda ameaça colocar em xeque votações importantes, como a da reforma da Previdência na Câmara. Deputados de legendas ainda não contempladas com ministérios dizem não ter motivação para apreciar uma proposta considerada impopular sem nada em troca. O presidente eleito tem repetido que não fará a velha política do toma lá, dá cá.

Além dos três nomes do DEM e do General Heleno, já foram confirmados na equipe de Bolsonaro os ministros: da Economia (Paulo Guedes), Justiça e Segurança Pública (Sérgio Moro), Defesa (General Fernando Azevedo e Silva), Relações Exteriores (Ernesto Araújo), Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes) a da Controladoria-Geral da União (Wagner Rosário). / COLABOROU LUISA MARINI, ESPECIAL PARA O ESTADO

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