PUBLICIDADE

General Félix confirma que Palocci o procurou

Ele disse ter informado o presidente Lula mas, segundo parlamentares, não foi preciso sobre a data

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Félix, confirmou nesta quarta-feira, em reunião com deputados e senadores que integram a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, que foi procurado pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, em seu gabinete. De acordo com o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), que participou da reunião, Félix contou que Palocci lhe disse que o governo estava sofrendo pressões. Segundo Aleluia, o general contou que Palocci perguntou se poderia ser tomada alguma providência em relação às pressões e que Félix disse ao ex-ministro que essa não era a função do Gabinete chefiado por ele. Outros parlamentares que participaram do encontro, entretanto, contaram que o general teve dificuldade em responder questionamentos feitos por integrantes da comissão sobre se Palocci lhe havia perguntado ou não sobre a possibilidade de providências. "O ministro não declarou que houve pedido de Palocci", disse o presidente da comissão, deputado Alceu Collares (PDT-RS). Mesmo assim, o deputado disse que, para ele, está claro que Palocci foi buscar uma espécie de socorro. "O ministro Palocci falou ao general que o governo estava sofrendo uma pressão muito grande e ele (Palocci) pessoalmente, uma pressão muito grande. E, a partir daí, não houve possibilidade de tirar do ministro o que ele podia fazer", disse Collares. Ele disse entender que o pedido do ex-ministro ficou implícito na conversa com o general Félix. Conversa O general levou por escrito o relato que fez à comissão e contou que a conversa com Palocci foi muito rápida, em torno de cinco minutos. Félix disse ainda que, um tempo depois, contou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que Palocci estava preocupado com as pressões. Mas o general, segundo os parlamentares, não foi muito preciso sobre a data desse encontro com Lula, que teria ocorrido dois ou três dias depois de ele ser procurado por Palocci. O general foi prestar esclarecimentos sobre informação divulgada ontem pelo O Estado de S. Paulo de que o ex-ministro teria pedido à Abin para espionar o caseiro Francenildo Santos Costa, para tentar desqualificá-lo. De acordo com a reportagem, Palocci teria ficado irritado porque o general Félix teria dito que a Abin não poderia atender o pedido. A reunião da Comissão se realiza na sala de sessões da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.