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General de Collor desfila pelo Senado

Ney Maranhão revive ?bateu, levou?

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Por Marcelo de Moraes e BRASÍLIA
Atualização:

Bastou o senador Fernando Collor (PTB-AL) reforçar publicamente a defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que seus velhos aliados começassem a reaparecer no plenário da Casa. Aos 82 anos, o ex-senador pernambucano Ney Maranhão desfilou ontem pelo Senado tentando reviver o tempo em que foi um dos generais da tropa de choque de Collor, durante a tentativa de resistência ao processo de impeachment que o afastou da Presidência em 1992. Até mesmo o fato de Collor ter revivido o antigo estilo do "bateu, levou", ao atacar duramente o senador Pedro Simon (PMDB-RS) na sessão de segunda-feira, arrancou elogios de Maranhão. "Collor sempre foi firme desse jeito. Sempre seguro nas suas posições", afirmou. Atualmente, Maranhão ocupa uma vaga justamente na assessoria que Collor tem direito por ter sido ex-presidente da República. Durante o mês, passa 20 dias em Pernambuco, no que chama de "posto avançado no Nordeste da assessoria de Collor" e o restante do tempo fica em Brasília. "O presidente Collor me disse que quer que eu passe mais tempo por aqui." Ontem, Maranhão retornou ao Senado com o mesmo figurino usado quando deixou a Casa em 1995, no término de seu mandato - terno de linho todo branco e sandálias de couro. Puxou assunto com os velhos colegas, incluindo o próprio Simon. "Sou amigo dele, mas soube que o Collor falou muito bem", disse, lamentando não ter chegado a tempo em Brasília para acompanhar seu discurso. Folclórico e polêmico, Maranhão não esconde sua lealdade eterna ao ex-presidente. "Quem fica em cima do muro é macaco ou ladrão", compara. "Sou fiel a Collor porque eu segui a vida inteira os quatro conselhos dados pelo meu pai. Primeiro, o cabra tem que ter palavra. Segundo, tem que ser grato. Terceiro, não pode adular macho. E em quarto lugar, quando conselho não resolve, cacete funciona."

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