Geddel critica acordo entre PT e PMDB e ironiza cargos

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Por Agencia Estado
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O primeiro secretário da Câmara e ex-líder do PMDB, Geddel Vieira Lima, criticou duramente os entendimentos mantidos pelo líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL) com o governo do PT com o objetivo de obter a adesão da legenda à base parlamentar governista. "Tenho o maior apreço por ele, mas não reconheço no senador Renan Calheiros autoridade para falar em nome do PMDB e muito menos por sua bancada na Câmara", disse Geddel. Segundo ele, o PMDB, que já era um partido dividido, está sendo destruído pela ação de cooptação fisiológica que o governo Lula está promovendo em cima do partido. "Acho que isso não é bom para o governo, nem para o PMDB", afirmou. Geddel ironizou afirmando que o cargo de líder do governo no Congresso concedido ao senador Amir Lando (RO) não tem importância parlamentar alguma, assim como a diretoria da Transpetro para o ex-senador Sérgio Machado (CE). "Deve ser o Lula dando início à promessa de campanha de gerar 10 milhões de empregos. Ele já arranjou dois para o PMDB e mais algumas coisinhas para o grupo do senador José Sarney". Até o ex-governador Orestes Quércia já nomeou o ex-deputado Marcelo Barbiéri para um cargo no Palácio do Planalto. O primeiro secretário considerou que o anúncio com estardalhaço de um acordo com o PMDB "é mais um factóide do governo para enganar o mercado", e insistiu: "Não existe PMDB no governo". Geddel alertou que o método usado pelo ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, de coptação individual em troca de cargos "dificultará ainda mais os possíveis entendimentos para uma integração futura do partido". Ele admitiu que existem divergências históricas no PMDB, mas não aceita que um partido que teve candidato a vice-presidente (Rita Camata) e posições de destaque no governo passado, demonstre tanta ânsia em alguns setores para aderir ao grupo político que o derrotou. Nas críticas que faz a Renan Calheiros, Geddel lembra que ele foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso, indicou seu sucessor no cargo, deu a única vitória estadual a José Serra contra Lula em Alagoas, e agora trabalha para ser ministro da Integração de Lula. "Não vejo coerência nisso", observou. "Não será meia dúzia de empreguinhos que levará o PMDB para o governo com o carimbo de fisiológico na testa".

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