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Gastos com cartões vão se estabilizar em junho, diz Hage

Por Marcelo de Moraes e BRASÍLIA
Atualização:

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirmou ontem que as despesas faturadas nos cartões corporativos deverão se estabilizar com a extinção das chamadas contas tipo B, a partir de junho. Segundo ele, até lá, por conta da transição de modelos, haverá um aumento e não queda nesses gastos. Hage garantiu, porém, que em seguida haverá estabilidade e maior transparência nas despesas, já que todas as contas estarão disponíveis no Portal da Transparência do governo federal, na internet. "Qualquer pessoa poderá acompanhar pelo portal que tipo de despesa foi feita. Hoje, existe opacidade nas despesas com as chamadas contas tipo B e isso vai acabar." O ministro afirmou que a redução da quantidade de saques em dinheiro - 64% em março de 2008 em relação ao mesmo mês de 2007 - só foi possível porque agora o governo estipulou regras claras, por decreto, para limitar essa prática. Ele observou que o governo já tinha tentado medida semelhante, estabelecendo que os saques em dinheiro deveriam ser exceção. Só que como não foram fixadas as restrições no decreto, a medida caiu no vazio, permitindo que os saques em dinheiro vivo explodissem em 2007. "Havia, realmente, a facilidade do saque", admitiu Hage. "Embora o decreto anterior já dissesse que era exceção, nós sempre entendemos que a simples referência ao caráter excepcional, sem que fosse estabelecido um limite, não funcionaria. Sempre insistimos pelo estabelecimento de um limite. O que funcionou agora. E, com certeza, a tendência é aumentar ainda mais essa redução no volume dos saques", afirmou. O mau uso dos cartões corporativos acabou sendo responsável por uma crise política dentro do governo. No ano passado, as despesas com os cartões ultrapassaram o dobro dos gastos de 2006, pulando de cerca de R$ 33 milhões para R$ 75,6 milhões. Os saques em dinheiro, cuja transparência é menor, representaram cerca de R$ 45 milhões nessas despesas.

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