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Garotinho segue Roseana e domina programa do PSB na TV

Por Agencia Estado
Atualização:

Entre apresentar-se ao eleitorado que não o conhece e atacar os adversários, o governador do Rio de Janeiro e candidato à sucessão presidencial Anthony Garotinho (PSB), ficou com a primeira opção. Por isso, aproveitará os dez minutos do programa do PSB que vai ao ar dia 13 de dezembro, às 20h30, para mostrar realizações de seu governo, como o cheque-cidadão e o restaurante popular. Com a estratégia de repetir o desempenho da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), que cresceu nas intenções de voto para presidente depois de estrelar o programa do PFL, os socialistas resolveram que o governador vai ocupar também as dez inserções comerciais, cada uma com 30 segundos, que serão veiculadas nos dias 8, 11 e 15, entre 19 horas e 22 horas. Exposição Serão 25 minutos de exposição em quatro dias. Quando não estiver na tela a imagem do próprio governador, falando do princípio de justiça social do PSB e das políticas públicas do Rio de Janeiro aparecerão imagens dos carros chefes da administração Garotinho. Estarão na televisão, por exemplo, as pessoas que pagam R$ 1 pelo almoço no restaurante popular da estação de trem da Central do Brasil, ou pequenos agricultores beneficiados pelo programa de fruticultura no Norte Fluminense. E ainda as famílias que recebem cheques mensais de R$ 100 para gastar com alimentação. A intenção do governador é conquistar, nas pesquisas realizadas depois dos programas, mais votos dos indecisos do que seus adversários. Se proporcionalmente Garotinho subir mais do que os outros concorrentes à Presidência, os colaboradores de sua campanha acreditam que o programa gratuito da televisão já terá feito um bom papel. Há uma grande expectativa no PSB quanto ao desempenho do governador nas pesquisas do fim de dezembro e início de janeiro, pois elas serão decisivas para a opção de levar adiante a candidatura ao Planalto. Apesar da insistência de alguns parlamentares para que o governador aproveitasse o horário para atacar o governo Fernando Henrique, questionar a eficácia da governadora Roseana e apontar as diferenças com o PT, Garotinho está convencido de que um programa voltado para sua imagem e seu governo será mais proveitoso eleitoralmente. A vida em família, com a mulher, Rosinha, e os nove filhos, a origem do interior do Estado e a história sempre ligada à população pobre são outros pontos a serem explorados na propaganda. Os programas do PSB estão nas mãos do publicitário Elísio Pires, mas ele prefere não adiantar detalhes das peças publicitárias. Rádio Ex-apresentador de programas de rádio, Garotinho participa diretamente das decisões sobre a propaganda na TV. O governador pretende explorar as virtudes de bom comunicador com um discurso sem formalidades, que não dê a impressão de estar sendo lido ou de ter sido decorado. As falas do governador já começaram a ser gravadas e algumas imagens colhidas, mas ainda há tempo para alguns ajustes e inclusão de novas idéias e de imagens mais atuais de Garotinho e das ações de governo. Além da preparação da propaganda de televisão e das viagens políticas pelo Brasil, o governador está envolvido também com outro projeto para a campanha presidencial do ano que vem: a elaboração de um programa de governo. O presidente da Federação Amparo à Pesquisa de Estado Rio de Janeiro (Faperj), Fernando Peregrino, está encarregado de recolher contribuições de acadêmicos e especialistas nos mais diversos assuntos, para elaborar um primeiro documento até o fim do mês. As linhas mestras do programa serão a meta de crescimento a partir de 2003 além dos 3,5% de que fala o governo tucano e a criação de emprego, inclusive com realização de obras de infra-estrutura que criem postos de trabalho. Congresso A primeira oportunidade para discussão do programa presidencial do PSB acontecerá a partir da próxima sexta-feira, durante o Congresso do partido, em Brasília. No encontro, que reunirá 3 mil delegados, Garotinho será oficializado candidato a presidente. Os socialistas lembrarão que, depois do regime militar, é a primeira vez que o partido tem candidato à Presidência da República. Em 54 anos de existência, o PSB só concorreu à presidência em 1950, quando os socialistas optaram pelo lançamento de João Mangabeira, mesmo sabendo que não havia chances de vitória sobre Getúlio Vargas. Mangabeira recebeu apenas 9.466 votos, contra 3,8 milhões do petebista Vargas.

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