Garotinho prepara venda de imóveis para custear metrô

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Por Agencia Estado
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A uma semana de deixar o governo para tentar a Presidência, o governador Anthony Garotinho (PSB) propõe vender 30 imóveis do Estado para custear a Linha 3 do Metrô, obra avaliada em quase R$ 2 bilhões. O projeto propondo a venda, enviado à Assembléia Legislativa na semana passada, saiu de pauta ontem porque recebeu emendas, mas tem votação marcada para 3 de abril, véspera da renúncia do governador. Se aprovado e sancionado, e se a licitação for mesmo feita antes da saída do governador, virará um problema para sua sucessora, Benedita da Silva (PT). A Linha 3 ligará a estação Carioca, no Centro da capital, a Niterói e São Gonçalo, cidades da Região Metropolitana do Rio, com um túnel sob a Baía de Guanabara. Na lista de imóveis cuja venda, segundo a mensagem 19/2002, financiaria a obra, estão terrenos da Escola Superior da Polícia Militar e do Instituto Penal Romeiro Neto, em Niterói, e do 7º BPM, em São Gonçalo, além de áreas na cidade do Rio, em bairros valorizados como Botafogo, Copacabana, Catete e Centro. Os imóveis pertencem ao Estado ou a suas empresas e autarquias. A obra seria feita até o fim de 2005, por R$ 1.955.785.965,00. ?A medida visa materializar, num esforço gigantesco, um dos mais importantes projetos de infra-estrutura no Estado, necessário ao desenvolvimento da Região Leste da Baía da Guanabara?, afirma o governador, na justificativa do projeto. ?O empreendimento, quando em operação, oferecerá uma confortável alternativa de transporte de massa a uma população de cerca de 1,5 milhão de pessoas e alavancará uma reordenação urbana nas cidades da Região Leste da Baía de Guanabara, sobretudo São Gonçalo.? No texto, o governador ressalta ainda que, apesar da magnitude dos investimentos, não haverá comprometimento de receitas de impostos, e que os imóveis foram objeto de extenso estudo para identificar cada um, endereço, área, potencial de construção e valor de incorporação. Garotinho afirma ainda que muitas propriedades não estão sendo usadas em atividades públicas, e que os órgãos que forem remanejados terão seus custos financeiros cobertos na operação. A oposição critica a medida, feita em fim de administração, mas teme que o governo a aprove na Assembléia praticamente sem discussão. ?É liquidação para fechar a casa, preço de ocasião?, disse o líder do PT, Chico Alencar. Desde o início, a proposta de Linha 3 do Metrô tem sido marcada pela polêmica. Além das críticas ao projeto de obras, feitas por técnicos, a proposição inicial de licitação chegou a ser derrubada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Uma ação popular, na 4ª Vara de Fazenda Pública, movida pelo presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio, Clóvis Francisco Nascimento Filho, contesta a concorrência.

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