Garotinho pode ser vice de Ciro

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Por Agencia Estado
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Uma articulação envolvendo o governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PSB), o ex-prefeito Luiz Paulo Conde e o PTB liderado por Roberto Jefferson (RJ) na Câmara pode dar novo impulso à candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PPS) à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Os três tomaram café da manhã juntos nesta segunda-feira. Em pauta, uma composição que pode pôr Garotinho na vice de Ciro em 2002, abrindo espaço para uma dobradinha entre Conde e Rosinha, mulher do governador, para o Palácio da Guanabara. Segundo um cardeal da política fluminense, Garotinho abriu a conversa com sua pretensão de candidatar-se ao Palácio do Planalto pelo PSB. Mas as ponderações de Jefferson, em favor do compromisso do PTB com a candidatura Ciro e do palanque forte que ele pretende montar para o PPS no Rio, mexeram com o governador. A articulação abre espaço para duas possibilidades. Rosinha pode compor com Conde, candidatando-se a vice-governadora. Mas também ficou aberta a possibilidade de ela própria sair candidata ao governo, em uma dobradinha com Conde para o Senado. ?Temos muitas possibilidades, e a dobradinha Ciro/Garotinho é sensacional?, insistiu Jefferson na conversa, em defesa de uma composição mais ampla, uma vez que o PTB já tem candidato para o primeiro turno da corrida presidencial e, a seu ver, com muito boas possibilidades de chegar ao segundo tempo da disputa. Mais do que isto, Jefferson tem a seu favor o fato de a candidatura de Garotinho ao Planalto não ser pacífica nem mesmo dentro do PSB. Tanto é assim, que o senador Saturnino Braga (PSB-RJ) anunciou nesta segunda-feira seu desligamento do diretório nacional do partido, inconformado com a decisão da cúpula de trabalhar o nome de Garotinho na corrida presidencial de 2002. Saturnino defende uma composição mais ampla do PSB com os partidos de esquerda e classifica a candidatura Garotinho como ?um oportunismo eleitoreiro para buscar votos dos evangélicos?. As conversas em torno da dobradinha PTB-PSB no Rio são um golpe político duro na articulação que vinha sendo conduzida pelo prefeito César Maia para beneficiar a candidatura do ministro tucano da Saúde, José Serra, em 2002. Maia desligou-se do PTB ontem à tarde, depois de ter sua expulsão assinada logo cedo pelo próprio Jefferson. Os petebistas fluminenses e nacionais não se conformam com o fato de ele ter procurado o PFL, depois de trocar o secretário de Saúde do município. Maia demitiu Sérgio Arouca (PPS) da secretaria, para dar o posto ao deputado tucano Ronaldo César Coelho (RJ), partidário da candidatura Serra. ?Foi um sinal claro de que ele não quer o Ciro candidato?, avalia um dirigente nacional do PTB. Segundo este cardeal petebista, todo este movimento político pode ser anulado com a parceria PTB-PPS no Rio. ?Teremos aí um vice popular do Centro-Sul para um belo candidato do Nordeste, uma combinação política com força e charme que vão mexer muito no cenário da disputa?, aposta o cardeal.

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