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Garotinho critica adversários da oposição

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), transformou hoje a inauguração de uma estação de tratamento de esgoto em palanque para atacar os demais concorrentes da oposição à Presidência da República. Disse que o programa econômico do PT é uma "maquiagem para enganar a classe média" e que o presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, "não tem experiência" para governar. Garotinho chamou o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes de "pai do desemprego" por ele ter reduzido alíquotas de importação quando era do governo, o que teria prejudicado empresas brasileiras. Ele classificou o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), de "profundamente contraditório" por criticar as privatizações (embora tenha vendido a Companhia Siderúrgica Nacional quando foi presidente) e por defender a moralidade (apesar de ter sido vice-presidente na gestão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, afastado em meio a denúncias de corrupção). "O Lula não tem experiência administrativa para ser presidente; ele nunca administrou nada", afirmou Garotinho. Durante a entrevista, porém, o governador do Rio admitiu ter votado em Lula em 1989 e em 1998 (em 1994, votou no presidente nacional do PDT, Leonel Brizola.). "Se você soltar o Lula dentro dessa estação de tratamento de esgoto, ele vai pensar que está numa fábrica de cimento. Ele não sabe distinguir; não tem experiência para tratar de assuntos importantes como a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e o Mercosul." Segundo ele, a sua candidatura continuará crescendo - na última pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ele teve 14% das intenções de voto no melhor desempenho entre quatro simulações, ficando em segundo lugar, atrás de Lula. "O perfil de minha candidatura está ficando claro para a opinião pública. Meu projeto econômico é reduzir a taxa de juros, injetar crédito na economia para o País crescer e acabar com a hegemonia do sistema financeiro sobre o setor produtivo, fazendo com que haja dinheiro para indústria, comércio e agricultura, e não só para os bancos." O governador não quis comentar a avaliação feita por cientistas políticos de que poderia estar se favorecendo da moderação demonstrada pelo PT. "Não sou cientista político, não posso dizer isso." Garotinho defendeu a retomada, pelo governo federal, do Fórum de Governadores do País. "Os governadores devem estar sempre unidos em prol de causas comuns. Acho uma boa a retomada do fórum, apoiaria essa iniciativa." O governador voltou a atacar o PT, chamando-o de "covarde", ao comentar a proibição, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, dos programas dele apresentados na TV Record e na Rádio Tupi. "Meus advogados vão provar no TSE que não havia propaganda eleitoral, e sim a divulgação das realizações do meu governo, até porque só pode haver propaganda eleitoral proibida em ano eleitoral", disse. O governador citou a pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha, que o aponta como o governador com melhor avaliação da população, enquanto o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, está entre os piores. "O PT foi covarde e está fazendo essa perseguição porque estou em primeiro no ranking dos governadores, e o PT, em último. Como eles não têm o que mostrar, eles querem impedir-me de mostrar o que estou fazendo."

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