Garibaldi: votar Orçamento sem acordo é 'irracional'

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Por Cida Fontes
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O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse hoje que está preocupado com o clima de radicalização entre oposição e governo por conta da votação do Orçamento de 2008. Ele considerou "irracional" a decisão da base aliada de aprovar o Orçamento na próxima quarta-feira, mesmo sem acordo com a oposição. "A última vez que o governo foi para o voto perdeu a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)", alertou o senador. O confronto entre oposição e governo ainda não foi resolvido, apesar das sucessivas reuniões ao longo do dia. A oposição quer excluir o Anexo de Metas e Prioridades, que destina R$ 534 milhões para obras nos Estados. Uma das idéias é redistribuir os recursos para os 27 Estados, mas um grupo de parlamentares da Comissão de Orçamento insiste em manter as emendas individuais. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou que a situação ficou ainda mais grave. "Está duplamente irregular: não respeita as regras da resolução aprovada no ano passado para a elaboração do Orçamento e ainda contém as chamadas ''raspadinhas'' que estão proibidas", afirmou, se referindo a um tipo de emenda que dá margem à manipulação e é genérica. O senador alertou que a insistência do governo em aprovar o Orçamento, mesmo com as irregularidades, só dificulta as negociações com a oposição, podendo comprometer a agenda legislativa e reforçar o movimento em favor de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Orçamento. O relator da Medida Provisória (MP) que cria a TV Pública, senador Renato Casagrande (PSB-ES), afirmou que o clima de confronto põe em risco a votação da medida. "O clima de radicalismo em torno do Orçamento vai provocar tensão e pode levar as MPs para o buraco", advertiu. A MP da TV Pública vence no dia 19 de março. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) ponderou que o conflito pode prejudicar o governo. "O confronto não compensa", afirmou.

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