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Garibaldi diz que só com denúncia agirá contra nepotismo

Por Rosa Costa
Atualização:

Apesar da resistência de senadores em cumprir a súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o nepotismo, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), reafirmou que não adotará nenhum procedimento para enquadrá-los, a não ser que haja denúncia contra os que continuam mantendo parentes na folha de pagamento da Casa. "Qualquer cidadão pode denunciar e o parlamentar pode ser processado, enfrentar um processo por crime de responsabilidade ou até mesmo de improbidade", disse. Até agora, porém, a sinalização tem sido outra. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), por exemplo, mantém em seu gabinete a mulher, a filha e um sobrinho. E o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, nada fez no sentido de exonerar a filha do senador Adelmir Santana (DEM-DF), que trabalhava no gabinete do pai, mas que, por causa da súmula, foi devolvida à diretoria-geral. Garibaldi afirmou que não faria menção a casos específicos, mas que considera "bastante elucidativa" a súmula do STF. "E eu acredito que as pessoas, espontaneamente, haverão de chegar à conclusão de que não podem manter um caso que transgrida uma decisão do Supremo, denunciando-o ao tribunal, ou até ao próprio Senado", disse. "A lei vai constranger, obrigar. Nenhum senador será chamado à responsabilidade, pelo menos neste primeiro momento, cada senador deve cumprir seu papel." Conta-gotas As exonerações, até agora, tem sido feitas a conta-gotas. Hoje, foi a fez de Lobão Filho (sem partido-MA) se livrar de dois parentes, ambos, segundo seu gabinete, lotados no Estado do Maranhão, a exemplo do que ocorre com a grande maioria de parentes suspeitos de serem "fantasmas": o primo Yuri Lobão Filho e o tio Neuton Barjona Lobão Filho. Neuton é associado de Lobão Filho no inquérito aberto no STF para investigar denúncia do Ministério Público (MP) de que ele usou uma empregada doméstica como "laranja" para fugir de dívidas de um empréstimos e de pagamento de impostos. Por decisão do ministro Carlos Alberto Direito, o senador será investigado pelos crimes contra a ordem tributária, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

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