Garibaldi admite desistir se Sarney quiser o posto

Por Christiane Samarco , Cida Fontes e BRASÍLIA
Atualização:

Em mais um sinal de que a candidatura de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado avança dentro do PMDB e na oposição, o atual presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), admitiu pela primeira vez, ontem, que pode desistir de concorrer à reeleição. Garibaldi não confrontará internamente com Sarney, mas avisou que o partido terá de retirá-lo oficialmente da disputa, de forma a afastar qualquer suspeita de que estaria apenas "guardando a cadeira" para o ex-presidente. "O PMDB me lançou em reunião, com o voto de 17 senadores da bancada e mais outros 2, que disseram que votariam em mim. Se esses 19 me pedirem para desistir, tenho de atender", explicou Garibaldi, para concluir: "Abro mão, se a bancada pedir. Não sou candidato de mim mesmo." Um dirigente do PMDB diz que a saída de cena de Garibaldi deve vir em uma "operação casada" para evitar disputa na base aliada, retirando a candidatura do petista Tião Viana (AC). Diante das especulações de que Sarney teria um encontro reservado com Lula ontem à noite no Palácio da Alvorada, Garibaldi telefonou para o colega na esperança de antecipar uma definição. Não teve sucesso. Ele revelou mais tarde que encontrou Sarney "muito gripado" e, por isso, não avançou na conversa. "Não perguntei se ele seria candidato porque respeitei a gripe dele." Um interlocutor de Sarney afirma que ele está disposto a assumir para o presidente Lula seu desejo de ser o nome de consenso para presidir o Senado. A expectativa geral ontem era de que houvesse um chamado de Lula a qualquer momento. Segundo esse peemedebista, no entanto, o senador atuou nos bastidores, para evitar uma conversa à sós com o presidente, por conta do clima que "o PT criou" em torno do encontro. O presidente se reúne hoje com a bancada do PMDB no Senado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.