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Gabeira prega desobediência civil contra lei eleitoral

Deputado do PV afirma em seu twitter que vai 'brigar feio pela liberdade na internet nas eleições'

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Por Redação
Atualização:

Em protesto contra as novas regras para o uso da internet no processo eleitoral (tanto na propaganda como no apoio a candidatos), o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) pregou nesta quinta-feira, 3, em seu perfil no twitter, que a sociedade desobedeça a lei caso ela seja aprovada no Congresso.

 

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"Vamos brigar feio pela liberdade na internet nas eleições. Na derrota, o caminho é a orientação do Thoreau para leis estúpidas: desobedeça", declarou Gabeira em seu perfil no microblog, citando o filósofo Henry David Thoreau, que criou o conceito de "desobediência civil". Para Thoreau, os cidadãos não devem se submeter a leis e determinações de um governo que ajam em malefício deste povo.

 

As propostas da nova lei eleitoral que fizeram com que Gabeira se manifestasse e prometesse uma "desobediência" são as que colocam a internet sob as mesmas regras que a televisão e rádio. As emissoras, tanto de rádio como de TV, são concessões públicas.

 

Assim, estes meios de comunicação não podem emitir opiniões sobre candidatos em eleições e devem dar o mesmo espaço para a cobertura da campanha de todos os políticos. Mesmo sendo um veículo de livre iniciativa, a internet deverá seguir as mesmas regras que o rádio e a TV.

 

As determinações estão em um projeto de lei aprovado na quarta-feira, 2, em reunião conjunta das comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Ciência e Tecnologia (CCT). Os relatores foram senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

 

Com a repercussão negativa, os senadores já prometeram alterar o projeto de lei, que deverá ser votado pelo plenário do Senado na terça-feira, 8.

 

O texto original determina que sites noticiosos não poderão apoiar candidatos, e os blogs atrelados a eles não poderão emitir opiniões sobre os políticos em campanha. Além disso, tais páginas virtuais terão que dar o mesmo espaço para todas as campanhas. Em debates realizados por estes sites, deverão ser convidados os candidatos cujos partidos tenham mais de dez deputados federais.

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Estas regras não valem para revistas e jornais físicos (em papel). Porém, a internet se assemelhará em um aspecto aos meios impressos: poderá veicular anúncios pagos de candidatos à presidência. A propaganda não poderá ocupar mais do que um oitavo do espaço reservado ao conteúdo jornalístico. Rádios e televisões não podem colcoar em suas gardes propagandas pagas de políticos.   

 

Além da incitação à desobediência civil, Gabeira ironizou, também pelo twitter, a atitude dos senadores Maciel e Azeredo. "Deveriamos encarregar o Marco Maciel e o Eduardo Azeredo de controlarem a internet em seus gabinetes. Daria uma boa comédia", disse o deputado do PV, que logo emendou outra mensagem: "O Azeredo precisa de um filho piedoso que diga a ele: pai, não se meta com a internet, fique sossegado na sua pirâmide".

 

A proposta de lei que passará a regular as campanhas políticas seria votada nesta quarta-feira, 2, no Senado. Porém, Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediu o adiamento da votação, alegando que primeiro deveria ser votada a medida provisória 462. José Sarney (PMDB-AP), presidente da Casa, acatou o pedido. Assim, está previsto para a próxima terça-feira, 8, a votação da reforma eleitoral.

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