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Futuro de Bragato será decidido a portas fechadas

Conselho de Ética adia pela 2ª vez definição sobre caso do ex-líder tucano

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Por Silvia Amorim
Atualização:

Em mais uma reunião relâmpago, o Conselho de Ética da Assembléia Legislativa de São Paulo adiou ontem pela segunda vez uma definição sobre o caso do deputado Mauro Bragato (PSDB). Com 8 dos 9 membros do colegiado, os governistas, em cerca de 15 minutos, aprovaram o encerramento da sessão e convocaram uma nova reunião, hoje à tarde, só que a portas fechadas, sem a presença da imprensa e do público. Bragato, que se afastou da liderança do PSDB na Assembléia, é suspeito de ter recebido R$ 104 mil de propina entre 2003 e 2005 de uma organização criminosa denunciada à Justiça em maio por fraude de licitações e superfaturamento de obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na região de Presidente Prudente, base eleitoral do deputado. O presidente do conselho, Hamilton Pereira (PT), único representante da oposição no grupo, tentou dissuadir os colegas, alegando que fazer a reunião em caráter reservado vai na contramão de deliberações do plenário da Casa, que não tem mais votações secretas. Foi voto vencido. "A ponderação que fiz é de que essa decisão do plenário em época recente significou um avanço no sentido de tornar cada vez mais transparentes as ações da Assembléia, que é a casa do povo. Mas fui voz única", lamentou. DEMORA Desde julho a Assembléia adia uma definição sobre a abertura de investigação. Nesse período, outros órgãos, como a Procuradoria Regional Eleitoral, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça, abriram procedimentos para apurar as suspeitas que recaem sobre Bragato. A expectativa é de que a indefinição persista na reunião de hoje. Ontem a tropa de choque do governo deu sinais da estratégia a ser usada para adiar mais uma vez o caso. "Para que possamos proferir uma decisão abalizada, seria prudente ouvir o deputado Bragato, que está sendo alvo de um massacre pela imprensa", defendeu o deputado Fernando Capez (PSDB). A reunião desta tarde deve se limitar à solicitação da defesa de Bragato - por escrito ou pessoalmente - para que, depois, o conselho possa deliberar sobre a abertura de apuração. Bragato não quis comentar a decisão do conselho. Ele nega as suspeitas e atribui as denúncias a adversários políticos em Presidente Prudente. Ontem seus assessores acompanharam atentamente a sessão no Conselho de Ética. NÚMERO R$ 104 mil é quanto o deputado Mauro Bragato é suspeito de ter recebido de propina entre 2003 e 2005 de uma organização criminosa denunciada à Justiça por fraudar obras da CDHU

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