PUBLICIDADE

Funcionários do INSS decidem manter greve

Por Agencia Estado
Atualização:

As últimas decisões do governo federal não foram suficientes para intimidar os funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante plenária nacional realizada hoje, em Brasília, a categoria decidiu continuar a paralisação, que já dura 101 dias. "O governo está sendo intransigente; não vamos ceder agora", declarou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Seguridade Social (CNTSS), Denise Motta Dau. Depois de o Executivo anunciar o pacote antigreve no serviço público, o juiz da 17ª Vara Federal do Distrito Federal, José Pires da Cunha, determinou na quarta-feira que os funcionários do INSS e os professores das universidades federais voltem ao trabalho imediatamente, acirrando ainda mais os ânimos dos servidores. No despacho, o juiz ainda estabelece multa de R$ 50 mil por dia para a categoria que descumprir a decisão 24 horas depois de receber a intimação, o que deve acontecer amanhã. As duas liminares foram pedidas pela Advocacia-Geral da União (AGU) em duas ações destinadas a suspender as greves. A decisão de Cunha surpreendeu o comando da greve do INSS e os professores. De acordo com o secretário da CNTSS, Vladimir Nepomuceno, a confederação não pagará a multa estipulada por Cunha porque a confederação irá recorrer da decisão. Nepomuceno adiantou também que o comando da greve da Previdência vai voltar ao Congresso Nacional, na última tentativa de ampliar os canais de negociação com o poder Executivo. Na quarta-feira, depois de aproximadamente 4 horas de reunião entre o comando da greve e o secretário-executivo da Previdência, José Cechin, não se chegou a uma solução para decretar o fim da paralisação da categoria. O governo não aceita pagar a gratificação fixa, exigida pela categoria. O comando chegou a apresentar uma contra-proposta, mas o ministro do Planejamento Orçamento e Gestão, Marthus Tavares, a recusou. Pelo projeto do governo, os funcionários da Previdência receberiam a Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico Administrativa (GDATA), uma gratificação variável que representaria aumento médio de R$ 51,00 a R$ 378,00 por mês. Teria direito ao benefício quem faz parte do Plano de Classificação de Cargos, composto por pessoal de nível médio e superior. Os servidores não gostaram da proposta, pois apenas uma minoria receberia o porcentual maior. A classe reivindica a manutenção e a extensão para todos os funcionários da gratificação de 47,11%; a criação de uma carreira para a categoria; a abertura de concurso público; e a reposição das perdas salariais de 75,48%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.