Funai repudia violência em Humaitá

As sedes da Fundação e da Casa do Índio da cidade foram depredadas após sumiço de três pessoas

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Por Redação
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Brasília - Em nota publicada nesta sexta-feira, 27, a Fundação Nacional do Índio repudiou a onda de violência em Humaitá (AM) causada pelo desaparecimento de três pessoas nas proximidades da reserva indígena Tenharim. O órgão responsável pelo atendimento aos índios afirmou "que não compete à Funai promover ações de investigação, apuração, ou buscas de pessoas desaparecidas. Essas ações constituem atribuições das Forças de Segurança Pública".Os três desaparecidos foram vistos pela última vez na entrada da terra indígena, no quilômetro 85 da Transamazônica. A Polícia Federal abriu uma investigação. A falta de resultado nas buscas revoltou a população de Humaitá, que desconfia dos índios. Na noite de quinta-feira, cerca de 3 mil pessoas atearam fogo ao prédio da Funai e à Casa do Índio na cidade, além de destruir uma dezena de veículos. "A Funai vem a público repudiar a violência ocorrida na noite da última quarta-feira (25), onde manifestantes do município de Humaitá incendiaram o prédio da Fundação Nacional do Índio, município localizado a 675 quilômetros de Manaus, destruindo também veículos e barcos oficiais. Atos de vandalismo contra o patrimônio público são injustificáveis e configuram ilícitos", diz a nota. No texto, a Funai diz ainda que sempre se colocou à disposição para ajudar na apuração e no diálogo com os indígenas e pede à população que libere os acessos no município para que a Polícia Federal possa fazer a investigação, mas critica as ameaças feitas aos indígenas. "É fundamental reafirmar, nesse momento, os princípios que regem o Estado Democrático de Direito, no âmbito do qual são reprováveis a prática de ameaças, de violência física e moral contra indígenas e contra servidores públicos, e a depredação do patrimônio público, causadora de enorme prejuízo ao erário", afirma o texto.O Ministério da Justiça, para o qual a Funai e a Polícia Federal respondem, não tinha informações sobre a crise em Humaitá até o início da noite desta sexta.

 

 

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