Funai pede liberdade condicional de Paiakan

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Funai já entrou com um pedido de liberdade condicional para o cacique caiapó Paulinho Paiakan, condenado por estupro de uma professora, em 1992, em Redenção, Sul do Pará. Paiakan continua refugiado na reserva, onde a Polícia Federal, encarregada de efetuar sua prisão, não planeja entrar. A intenção é negociar a rendição do cacique, considerado como um dos mais importantes do País, uma medida que a Funai descarta. "A Funai não negocia, cumpre decisão judicial", afirma o procurador da Fundação, João Ferreira da Costa Neto. "Estamos evitando entrar na área para não haver confrontos desnecessários", rebate o superintendente da PF no Pará, Geraldo Araújo, informando que hoje será realizada uma reunião com representantes da Funai, em Brasília, para tratar sobre o assunto. Para chegar à reserva, os policiais teriam que usar aviões e helicópteros, uma medida que o delegado não quer tomar. "Mesmo que chegássemos lá apenas para negociar, com certeza não seríamos recebidos cordialmente", ressalta Araújo. A Funai divulgou uma nota esclarecendo que Paulinho, condenado a seis anos de prisão, já teria direito a liberdade condicional, por ter cumprido em torno de dois anos e meio de prisão domiciliar. "Vamos recorrer à Justiça e mostrar que o pedido de prisão é constrangedor, já que Paiakan já tem direito à liberdade condicional", afirma Costa Neto. No comunicado, a Funai afirma que o cacique nunca esteve foragido da Justiça, pois sempre esteve na aldeia Auere, onde reside atualmente. Além disso, segundo o procurador, o estupro praticado por Paulinho Paiakan é considerado pela Justiça como "simples". "Não foi um estupro qualificado", ressalta Costa Neto. A prisão de Paiakan, caso não seja revogada, poderá tornar-se o primeiro e mais sério problema nesta área enfrentado pelo ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira e pelo próprio presidente da Funai, Glênio Alvarez. Os caiapós são considerados um dos grupos onde a negociação é difícil, principalmente quando se trata de prender um integrante da tribo.

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