As investigações sobre o assassinato de quatro índios da tribo Tapeba, de Caucaia, será acompanhado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. O crime aconteceu no final de semana que antecedeu o Carnaval, e, de acordo com as investigações policiais, teria sido motivado por posses de terra. O índio Francisco Antônio da Silva morreu na hora e seus três irmãos foram feridos. De acordo com testemunhas, os quatro foram atingidos enquanto bebiam em um bar, e os disparos feitos por dois homens. Os criminosos conseguiram fugir sem serem identificados. Parentes dos índios queixam-se de ameaças de morte. Com medo, Francisco José, tio deles, foi morar com a cunhada em uma comunidade vizinha. Testemunhas do crime também se dizem intimidadas por supostos acusados. Diante das ameaças, a Fundação Nacional do Índio (Funai) pediu ajuda a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Um representante foi enviado de Brasília para avaliar a situação dos índios. Depois da visita às comunidades e de uma conversa com as famílias, será elaborado um relatório que deve ser encaminhado ao Ministério da Justiça. Segundo a Associação das Comunidades dos Índios Tapeba, 30 índios foram assassinados nos últimos dez anos no Ceará, provavelmente pelo mesmo motivo: a falta da demarcação das terras indígenas. No mesmo final de semana do assassinato contra os quatro irmãos, o índio Marcos Paiva Teixeira, de 23 anos, foi morto a pedradas na aldeia de Geneguaba, também em Caucaia.