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Freire propõe a Lula seguir FHC na questão agrária

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, criticou hoje, em Curitiba, a forma de atuação do Movimento dos Sem-Terra (MST). "Há um recrudescimento dentro do movimento desde que levantou a hipótese de que a reforma agrária era na lei ou na marra", disse. "Na marra não se pode fazer nada em um estado democrático de direito." Segundo ele, o governo Luiz Inácio Lula da Silva deveria seguir alguns exemplos do governo anterior na questão da reforma agrária. Para Freire, a tese da reforma agrária "na lei ou na marra" já era defendida pelas Ligas Camponesas na década de 60. Portanto, lembrou, suas críticas não são novas. "Velho comunista que sou, já dizia isso contra as Ligas Camponesas", afirmou. "E alguém já disse que isso é um filme antigo e, o que é pior, a gente morre no final." Para o presidente do PPS, não se trata de o MST renunciar à sua luta pela reforma agrária "que é legítima, que é justa". "O MST é aceitável quando ocupa propriedade não produtiva, é uma forma de luta para tentar fazer com que produza", defendeu. "Mas ocupar praça de pedágio é uma exorbitância, não corresponde a seus objetivos, nem alguém pensar que pode invadir um imóvel público, um prédio público onde tem pesquisa, e tocar fogo, só porque é contra o transgênico." Segundo ele, o governo atual precisa reprimir as ações que forem realizadas fora da democracia. Freire disse que está havendo "tolerância" com excessos provocados por sem-terra por parte de setores do governo federal. "Inclusive do próprio Ministério (do Desenvolvimento Agrário)", acusou. Segundo ele, aos Estados cabe a missão de cumprir reintegrações judiciais de posse. "Mas quando de cima não há muito exemplo pode criar problema", criticou. Para o presidente do PPS, não é bom para a democracia nem o MST nem os fazendeiros agirem ou reagirem na marra. Ele afirmou que, no governo anterior, os fazendeiros também tentaram se armar para enfrentar os sem-terra. "Mas houve, por parte do governo, uma reação forte e isso não prosperou.", disse. O deputado elogiou o ex-ministro Raul Jungmann por ter sido seríssimo e criado "escola". "Enfrentou o problema sem impedir que o processo de luta democrática se desenvolvesse", disse.

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