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Freira lança livro sobre 500 dias de peregrinação na África

Por Agencia Estado
Atualização:

O livro "Perdão, África perdão!" da freira e jornalista Arcelina Helena Públio Dias, será lançado no próximo dia 27 de junho, às 19 horas, na Biblioteca Cervantina Públio Dias, no Instituto de Cultura Espânica, em São Paulo, na Rua Condessa de São Joaquim 233, Bela Vista. Trata-se da segunda obra da autora que toma por base um projeto de peregrinação de 500 dias entre os excluídos dos cinco continentes. Ela diz que "a quase totalidade dos habitantes da África é pobre e sofrida. Os nativos do continente, ao contrário das Américas, ainda estão vivos e falam mais de 1.500 línguas ancestrais. A África sofreu colonização de países europeus que terminaram por lhe impor suas culturas, fronteiras artificiais às novas nações, dividindo tribos e provocando guerras e massacres". O livro foi editado pela Editora Rede, do Mosteiro da Anunciação, de Goiás Velho, onde a autora reside, como beneditina consagrada, desde 1998. Arcelina, durante muitos anos foi jornalista em São Paulo e em Brasília - tendo trabalhado para o Estado de São Paulo, para o Jornal do Brasil, para o Jornal do DIAP e é professora aposentada da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Caminhos percorridos A Freira Arcelina Helena passou 115 dias em favelas da África do Sul, onde viveu uma nova realidade do povo que unido venceu o apartheid; em Angola, um país em guerra há 31 anos; no Quênia, onde conviveu com a epidemia da AIDS, no dia a dia das crianças portadoras da doença. Em uma das 100 favelas de Nairobi, Corococho, viu nascer o movimento de luta dos africanos sem casa. Também esteve no Senegal, entre famílias de muçulmanos de Tambacounda e Fatick, pequenas e pobres cidades de maioria islâmica. No Oriente Próximo, entre cristãos, islâmicos e judeus, peregrinou por uma realidade totalmente diferente da África . No Líbano, berço de inúmeras culturas e religiões ao longo dos seus sete mil anos de história, esteve em Beirute, destruída por sucessivas guerras justificadas por preconceitos religiosos. Na região sul, viveu as dificuldades da população nos dias que sucederam a liberação da região das tropas de Israel que a ocuparam por 22 anos. Esteve também nos campos de refugiados palestinos. Arcelina Helena disse que "as desumanidades, que continuam sendo perpetradas contra África e o seu povo, fizeram crescer em mim a necessidade de pedir perdão, o que gerou o título do livro "Perdão África, perdão!". O livro traz, ainda, um olhar por meio da câmara fotográfica. As imagens publicadas revelam a realidade das populações discriminadas em seu próprio chão, rico em fauna, flora e os mais preciosos minérios. E também a alegria, o ritmo e as cores de um povo que mantém a esperança em seu futuro".

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